Nélida Piñon

Escritora fluminense. Primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras (ABL). Nélida Cuiñas Piñon (3/5/1937-) nasce no bairro de Vila Isabel, na cidade do Rio de Janeiro. Filha dos imigrantes espanhóis Lino Piñon Muiños e Olívia Cuiñas Piñon, participa desde criança da vida cultural brasileira. Aos 10 anos, muda-se para a Galícia, terra dos pais, onde vive por dois anos. Formada em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, publica seu primeiro romance, Guia-Mapa de Gabriel Arcanjo, em 1961. Sua obra de maior impacto, A Casa da Paixão, de 1972, atraiu a atenção do público por abordar com muita sensibilidade os temas, considerados tabus, do desejo e da iniciação sexual. Independentemente do assunto, porém, seu trabalho tem uma característica mais abrangente, que é a constante reflexão sobre o país. Em República dos Sonhos (1984), traça um painel do Brasil no decorrer de um século. Politizada, a escritora acredita que, por meio da literatura, o leitor pode "refletir sobre a realidade e reivindicar uma vida mais justa". Esse traço marcante aparece com mais força no romance A Doce Canção Cayetana, de 1987. Além da produção literária, atua como editora ou membro do conselho editorial de diversas publicações, entre as quais a Enciclopédia de Literatura Latino-Americana (1994). Com vida intelectual intensa, participa de congressos nos Estados Unidos e na Europa, em que divulga a produção brasileira. Desde 1990 é professora da área de humanidades da Universidade de Miami. Nesse mesmo ano é eleita para a cadeira número 30 da ABL, no lugar de Aurélio Buarque de Holanda. Entre 1996 e 1997, ocupa a presidência da instituição. Recebe vários prêmios, como o Mário de Andrade e o Internacional de Literatura Juan Rulfo (1991), o mais importante da América Latina e Caribe. Em 1998, recebe o título de doutora honoris causa da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha. Em 2001, ganha o Prêmio Jorge Isaacs outorgado pelo Festival Internacional de Arte de Cali, sendo a primeira mulher e autora de língua portuguesa a conquistá-lo. Em 2003, recebe o prêmio internacional Menéndez Pelayo, atribuído pela universidade espanhola de mesmo nome. Sua obra está traduzida para países como Alemanha, Itália, Espanha, União Soviética, Estados Unidos, Cuba e Nicarágua. Contos seus encontram-se publicados em centenas de revistas e fazem parte de antologias brasileiras e estrangeiras.


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