Cineasta catarinense (4/5/1946-9/1/2004). Nascido em Joaçaba, muda-se para São Paulo no começo dos anos 60. Freqüentador das sessões da Cinemateca Brasileira, interessa-se profundamente pela obra do diretor norte-americano Orson Welles. Jornalista e crítico de cinema, escreve para o Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo, entre 1964 e 1967, tendo passado também pelo Jornal da Tarde, Folha da Tarde e Folha de S.Paulo. Em 1966, filma Documentário, trabalho em 16 milímetros. Mergulhado na Boca do Lixo, zona de prostituição na cidade de São Paulo, dirige em 1968 O Bandido da Luz Vermelha, um retrato anárquico da região. A fita causa polêmica no meio cinematográfico e é acusada pelos adeptos do cinema novo de ser decadente e despolitizada. A seguir, Sganzerla faz A Mulher de Todos (1969) e Abismu (1977), em que se mantém fiel à linha marginal com doses de irreverência. Em 1970, funda, no Rio de Janeiro, a produtora Belair, em parceria com Júlio Bressane, e juntos partem para a realização de filmes de baixo custo, como Sem Essa Aranha, Copacabana Mon Amour e Carnaval na Lama. No mesmo ano, Sganzerla roda em vários países africanos o documentário Fora do Baralho. Em 1980, retoma seu interesse por Orson Welles e dirige três documentários sobre a passagem dele pelo Brasil, no início da década de 40: Nem Tudo É Verdade (1985), Linguagem Orson Welles (1990) e Tudo É Brasil (1997). Dirige também Oswaldianas-Perigo Negro, de 10 minutos de duração, em 1992. Em 1997, lança Tudo É Brasil. Em 2002, lança o livro Por um Cinema sem Limite. Em 2003, debilitado por um câncer no cérebro, lança O Signo do Caos, que o diretor define como um anti-filme, abordando mais uma vez à malsucedida passagem de Orson Welles pelo país, desta vez como pano de fundo para criticar os vícios da produção cinematográfica brasileira. Morre em janeiro de 2004, sucumbindo ao câncer.