Basílio da Gama (José B. da G.)

Basílio da Gama (José B. da G.)

Basílio da Gama (José B. da G.)Basílio da Gama (José B. da G.), poeta, nasceu em São José do Rio das Mortes [depois São José del Rei, hoje Tiradentes], MG, em 22 de julho de 1740, e faleceu em Lisboa, Portugal, em 31 de julho de 1795. É o patrono da Cadeira n. 4 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do fundador Aluísio Azevedo.

Era filho de Manuel da Costa Vilas-Boas, fazendeiro abastado, e de Quitéria Inácia da Gama. A morte do pai, ocorrida na sua primeira infância, acarretou situação difícil, valendo nesse transe um protetor, o brigadeiro Alpoim, que o encaminhou no Rio de Janeiro e facilitou os seus estudos no colégio dos jesuítas, onde faria o noviciado para professar na Companhia de Jesus. Com a expulsão dos jesuítas, em 1759, os que não eram professos podiam voltar à vida secular, pela qual optou Basílio da Gama, que prosseguiu seus estudos, provavelmente no Seminário São José. Viajou depois pela Itália e Portugal, de 1760 a 67. Em Roma, foi recebido na Arcádia Romana sob o nome de Termindo Sipílio, com a proteção dos jesuítas, que teriam emendado os versos acadêmicos do poeta principiante e sem nenhuma produção de vulto. Em começos de 67 estava no Rio de Janeiro e assistia, em 8 de fevereiro, ao lançamento ao mar da nau Serpente, de que faz menção no Uraguai (Canto terceiro), na Ode II e no Soneto VI. Em 30 de junho de 1768, estava de viagem para Lisboa, a bordo da nau Senhora da Penha de França, com o objetivo de matricular-se na Universidade de Coimbra. Lá chegando, foi preso e condenado ao degredo para Angola, como suspeito de ser partidário dos jesuítas. Do desterro a que estava sentenciado salvou-o o Epitalâmio que escreveu às núpcias de D. Maria Amália, filha de Pombal. Este simpatizou com o poeta, perdoou-o e, depois de lhe conceder carta de nobreza e fidalguia, deu-lhe o lugar de oficial da Secretaria do Reino. Basílio identificou-se, desde então, com a política pombalina. Para conciliar as graças de Pombal, compôs o Uraguai, publicado em 1769 na Régia Oficina Tipográfica, de Lisboa. A queda do protetor, em 1777, não lhe alterou a posição burocrática. Não aderiu à Viradeira nem se juntou ao grupo dos aduladores da véspera que, após a queda de Pombal, passaram a vilipendiá-lo. No fim da vida, foi admitido na Academia das Ciências de Lisboa e publicou o poema Quitúbia (1791) e, de permeio, traduções e alguns versos de circunstância.

O poema épico Uraguai trata da expedição mista de portugueses e espanhóis contra as missões jesuíticas do Rio Grande, para executar as cláusulas do Tratado de Madri, em 1756. Tinha também o intuito de descrever o conflito entre o ordenamento racional da Europa e o primitivismo do índio. Basílio mostra simpatia pelo índio vencido enquanto transfere o ataque aos jesuítas. Desenvolve o poema em dois planos complementares: o dos versos e o das notas, que nele são parte integrante e explicativa da composição. As notas em prosa, paralelas aos versos, chamam a si a tarefa proposta de combater os jesuítas e exaltar Pombal.

Obras: "Epitalâmio às núpcias da Sra. D. Maria Amália" e Uraguai (1769); A declamação trágica (1772), poema dedicado às belas artes; Os Campos Elíseos (1776), Quitúbia, (1791); e outros poemas. As suas poesias conhecidas foram reunidas por José Veríssimo nas Obras poéticas de José Basílio da Gama, edição comemorativa do bicentenário do poeta.

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