LOPE DE AGUIRRE - AVENTUREIRO ESPANHOL

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Lope de Aguirre, também conhecido em sua época como o Louco, o Traidor e o Tirano, nasceu em Oñate, na província basca espanhola de Guipúzcoa, por volta de 1518. Dispõe-se de poucos dados sobre sua juventude, embora certos relatos dêem conta de que viveu no Peru por mais de vinte anos e participou da repressão às revoltas indígenas.

Aventureiro ambicioso e desapiedado, Lope de Aguirre não se detinha ante a lei ou a autoridade quando estas constituíam empecilhos à busca de seus objetivos.

Em 1560, uniu-se à expedição encomendada pelo vice-rei do Peru, sob o comando de Pedro de Ursúa, para buscar o legendário reino de Eldorado. Ao longo da penosa travessia, Ursúa provocou a aversão dos soldados poir seu despotismo e arbitrariedade. Em janeiro de 1561, Aguirre liderou um motim que resultou na morte de Ursúa. O capitão Fernando de Guzmán foi proclamado príncipe do Peru, Terra Firme e Chile, mas em maio também foi assassinado. Aguirre fez-se proclamar general e conduziu os homens até a embocadura do Amazonas, como vinte anos antes fizera Francisco de Orellana.

A expedição, cujo primeiro objetivo fracassara, voltou-se para a luta contra a coroa e o ataque ao poder do vice-reino. Aguirre dirigiu-se à Venezuela e, além de saquear a ilha Margarita, escreveu a Filipe II, negando a legitimidade do poder do rei na América. As autoridades prometeram o perdão a todos que depusessem as armas. No caminho até o Peru, Aguirre comportou-se de forma cada vez mais cruel e violenta. Foi responsável pela morte de muitas pessoas, entre as quais mulheres, sacerdotes e até sua filha, que o acompanhava na viagem e se dispunha a entregar-se, em troca do perdão oferecido.

Ao chegarem a Barquisimeto, Venezuela, a deserção generalizou-se. Em 22 de outubro de 1561, um dos subordinados de Aguirre o matou, descarregando sobre ele seu arcabuz.

Contemporaneamente, sua figura despertou a atenção de escritores como o espanhol Ramón María del Valle-Inclán, que narra sua morte em Tirano Banderas, e de cineastas como o alemão Werner Herzog (Aguirre, a cólera dos deuses) e o espanhol Carlos Saura (El Dorado).

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