André-Georges Malraux nasceu em Paris, França, em 3 de novembro de 1901.
Pertencente a uma família abastada, em 1922 foi para o Camboja e de lá
passou à China, onde se destacou como ativista político ligado ao
Partido Comunista. A experiência vivida nesse período inspirou os
romances La Tentation de l'Occident (1926; A tentação do Ocidente), La
Voie royale (1930; A estrada real) e La Condition humaine (A condição
humana), Prêmio Goncourt de 1933, no qual a visão trágica da existência é
contrabalançada pela ênfase em valores éticos como a dignidade pessoal e
a solidariedade.
Conhecido por seus romances e penetrantes ensaios estéticos, o escritor francês André Malraux foi, além disso, um homem de ação que, em sua obra, revelou a evolução de suas concepções políticas e morais.
O horror ao nazismo e ao fascismo levou Malraux a lutar contra esses movimentos políticos na guerra civil espanhola -- tema de um de seus melhores romances, L'Espoir (1937; A esperança) -- e na segunda guerra mundial, durante a qual foi aprisionado pelos alemães. No decorrer desse período, afastou-se pouco a pouco das idéias marxistas, às quais, na verdade, nunca havia aderido publicamente.
Finda a guerra, retirou-se para sua casa de campo da Boulogne e dedicou-se ao estudo aprofundado da arte mundial. Nesse período produziu duas obras em que expõe sua convicção na suprema grandeza da arte como depositária dos valores espirituais da humanidade, acima de mudanças históricas. Uma delas é Les Voix du silence (1951; As vozes do silêncio), que conta a história de um escritor empenhado em descobrir o segredo escondido por detrás de toda obra artística mediante o exame das obras-primas da arte universal. Complementam essa obra os três volumes de Le Musée imaginaire de la sculpture mondiale (1952-1954; O museu imaginário da escultura mundial).
Em 1958, o presidente Charles de Gaulle nomeou Malraux ministro da Cultura da França, cargo que exerceu durante dez anos, até retirar-se da vida pública. O ensaio Lazare (1974; Lázaro) constitui a última e serena reflexão do autor sobre a morte, que o surpreendeu em Paris em 23 de novembro de 1976.