ANTONIN ARTAUD - DRAMATURGO FRANCÊS

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Antonin Artaud
Antoine-Marie-Joseph Artaud nasceu em Marselha, França, em 4 de setembro de 1896. Transferiu-se para Paris em 1920 para estudar interpretação teatral e estreou como ator no grupo surrealista Théâtre de l'Oeuvre. Enviou seus poemas ao crítico Jacques Rivière, diretor da Nouvelle Revue Française, com quem entabulou correspondência, publicada em 1924. Rompeu com os surrealistas quando André Breton aderiu ao comunismo e uniu-se a outro dissidente, Roger Vitrac, para fundar o Théâtre Alfred Jarry, de efêmera trajetória.

"É preciso acreditar num sentido de vida renovado pelo teatro, no qual o homem torna-se senhor daquilo que ainda não existe e o faz nascer." Atormentado pela doença e pela obsessão de realizar o que chamava "espetáculo integral", Artaud fracassou em todas as atividades teatrais que empreendeu, mas suas idéias influenciaram alguns dos mais revolucionários autores e movimentos do teatro contemporâneo.

A teoria de Artaud foi expressa nas obras  Manifeste du théâtre de la cruauté (1932; Manifesto do teatro da crueldade) e Le Théâtre et son double (1938; O teatro e seu duplo), esta última publicada ao tempo em que fundou o teatro de mesmo nome, e na  vasta correspondência que manteve com Jean-Louis Barrault e outros teatrólogos de vanguarda. Os principais temas de sua obra são a crueldade, o duplo e o transe, que se combinam para conformar um espetáculo, protagonizado por ator e espectador, que choca e subverte a lógica convencional, cria uma linguagem além das palavras e remete ao mito e ao ritual primevos.

As obras encenadas por Artaud não tiveram nenhum sucesso. Les Cenci, apresentada em Paris em 1935, era demasiado experimental para seu tempo. A influência de Artaud, no entanto, está presente na obra de  encenadores como Peter Brook, de dramaturgos como Samuel Beckett e outros autores do teatro do absurdo, e de grupos como o Living Theater de Nova York. Entre seus livros mais conhecidos estão Heliogabalus, ou l'anarchiste couronné (1936; Heliogábalo, ou o anarquista coroado) e Van Gogh, le suicidé de la societé (1947; Van Gogh, o suicidado pela sociedade). Artaud morreu em Ivry-sur-Seine, em 4 de março de 1948.

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