Compositor popular e escritor fluminense. Um dos mais celebrados autores da música popular brasileira, que une qualidade literária e musical em canções e peças teatrais. Francisco Buarque de Holanda (19/6/1944-) nasce no Rio de Janeiro e é criado em São Paulo. Filho do historiador Sérgio Buarque de Holanda, entra para a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) em 1963, mas não conclui o curso. Vence o 2º Festival de MPB da TV Record, em 1966, com a marchinha A Banda. No mesmo ano lança o primeiro disco, Chico Buarque de Holanda. Sua peça Roda Viva, escrita em 1967, é proibida pela censura após uma temporada teatral tumultuada em 1968. Perseguido pelo regime militar, exila-se em Roma entre 1969 e 1970. Retorna ao Brasil e volta a ter problemas com a censura, que proíbe a venda e execução da canção Apesar de Você (1970). Seu álbum de 1971 Construção, é um marco estético e político da MPB, traduzindo um tenso discurso social em arranjos de grande sofisticação e inovação – e isso sem perder sua vertente delicada. Em 1973, a censura proíbe, em parte ou totalmente, a maioria das canções da peça Calabar, o Elogio da Traição. Para fugir aos censores, ele lança em 1974 um disco apenas com músicas de outros autores, mas consegue incluir uma canção sua, Acorda Amor, com o pseudônimo Julinho da Adelaide. Nos anos seguintes, monta com sucesso sua peça Gota d’Água (1975), uma versão urbana para a tragédia Medéia, de Eurípedes, e sua versão para o musical infantil italiano Os Saltimbancos (de Enriquez e Bardotti, 1977), fábula política que narra uma rebelião dos animais contra a exploração dos humanos. Chico Buarque é conhecido também por trilhas sonoras para filmes, entre elas a de Dona Flor e Seus Dois Maridos, Quando o Carnaval Chegar, Vai Trabalhar Vagabundo, Bye Bye Brasil. Depois de escrever o romance Fazenda Modelo, na década de 70, volta à literatura nos anos 90 com os livors Estorvo, traduzido para várias línguas, e Benjamin. Em 2000, o filme baseado no livro Estorvo é selecionado para o Festival Internacional de Cinema de Cannes. Em 2001, estréia em São Paulo o espetáculo Cambaio com canções de sua autoria e de Edu Lobo sob direção musical de Lenine. Com 18 integrantes entre bailarinos, artistas e cantores, o espetáculo, chamado de ópera-pop, tem direção de João Falcão e é escrito por Adriana Falcão, mulher do diretor. Em 2003 lança um novo romance, Budapeste, e no mesmo ano a adaptação de Benjamin chega às telas. Separado, tem três filhas com a atriz Marieta Severo.