CLEMENTINA DE JESUS

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CLEMENTINA DE JESUS
Cantora fluminense. Tem papel de destaque na música popular brasileira ao resgatar suas raízes negras e divulgar ritmos de origem africana.Clementina de Jesus da Silva (7/2/1902-19/7/1987) nasce em Valença, filha de escravos libertos pela Lei do Ventre Livre. Muda-se ainda pequena para o Rio de Janeiro, onde estuda numa escola de freiras. Nessa mesma época, acompanha a mãe no trabalho de lavadeira, entoando lundus, toadas e outros gêneros em dialeto provavelmente ioruba. Começa a freqüentar o Bloco Carnavalesco Moreninhas das Campinas, que mais tarde muda o nome para Quem Fala de Nós Come Mosca e, depois, para Escola de Samba da Portela. Também ensaia blocos de pastoras e dirige duas pequenas escolas de samba até que, em 1940, casa-se com o famoso mangueirense Albino "Pé Grande" e troca sua escola pela Mangueira. Continua cantando como amadora e trabalhando como empregada doméstica por mais de 20 anos, até 1963, quando, aos 62 anos, é descoberta pelo jornalista, poeta e pesquisador de música Hermínio Bello de Carvalho, que a apresenta um ano depois nos shows O Menestrel e Rosas de Ouro. Na época predominam a bossa-nova e as escolas de canto européias, que contrastam com seu timbre de voz grave. Descoberta tardiamente, apesar de contemporânea de artistas das primeiras fases do samba, é uma unanimidade de crítica. Grava apenas 12 discos, três deles compactos, sozinha ou com outros artistas. Em 1966 é uma das representantes brasileiras no Festival de Arte Negra de Dacar, no Senegal, e no Festival de Cinema de Cannes, na França. Dedica-se à pesquisa e ao resgate de ritmos e temas africanos e da escravidão. Chega a gravar um disco com músicas que coletou. Em 1982 é homenageada pela Escola de Samba Lins Imperial. No ano seguinte, faz parte do enredo da Beija-Flor, campeã do Carnaval. Morre no Rio de Janeiro, vítima de insuficiência cardíaca, em conseqüência do seu quinto derrame cerebral.

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