DAVID TRIMBLE

Político protestante norte-irlandês (15/10/1944-). Nascido em Bangor, ao sul de Belfast, filho de funcionário público, estuda em bons colégios e forma-se em direito. No final dos anos 60, a Irlanda do Norte (ou Ulster) sofre com a guerra civil entre a minoria católica – que deseja integrar-se à República da Irlanda, separada do Ulster em 1949 – e a maioria protestante, que prefere continuar parte do Reino Unido. O conflito é acirrado pela atuação do Exército Republicano Irlandês (IRA), grupo terrorista defensor do rompimento com Londres. O governo britânico intervém militarmente no Ulster em 1972. Na época, Trimble entra para o movimento Vanguarda Ulster, favorável à permanência da região como província britânica. Durante os anos 70 e 80, opõe-se às tentativas de pacificação entre católicos e protestantes. No início da década de 90, assume uma vaga no Parlamento irlandês. Surpreende a todos quando, em 1995, é eleito para liderar o Partido Unionista do Ulster (UUP) e passa a defender a divisão do poder com a minoria católica, com a qual inicia negociações. Em abril de 1998, assina com o líder católico John Hume um acordo de paz, referendado pelo Reino Unido e pela República da Irlanda e aprovado por 70% da população. Recebe o Prêmio Nobel da Paz junto com Hume. No mesmo ano, nas eleições parlamentares, elege-se primeiro-ministro da provícia, em um governo de coalizão entre unionistas e nacionalistas. O acordo, contudo, é atrapalhado em 1999 por diversos atentados do IRA. Em julho de 2001 Trimble pede demissão do cargo de chefe do Executivo provincial em protesto pela recusa de desarmamento do IRA. Quando o acordo está quase em colapso, o IRA retoma as negociações, e Trimble é reeleito premiê em novembro do mesmo ano. Em 2002, depois de nova crise envolvendo unionistas e o Sinn Féin, a representação política do IRA, os acordos são novamente congelados e o Reino Unido suspende a Assembléia da Irlanda do Norte, reassumindo o controle direto sobre a Irlanda do Norte.



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