Os torcedores do Palmeiras são unânimes em duas coisas na vida: no ódio ao Corinthians e no amor a Ademir da Guia. Tamanha reverência poderia ser explicada pela longevidade (16 anos de Parque Antártica) ou pela quantidade de títulos oficiais (12 conquistas – incluindo cinco Paulistas e dois Brasileiros). Filho de Domingos da Guia, um dos maiores zagueiros do Brasil de todos os tempos, Ademir da Guia (3/4/1942-) nasce no Rio de Janeiro e começa a jogar no infantil do Bangu. No começo dos anos 1960, é levado ao Palmeiras. Assina seu primeiro contrato em agosto de 1961, três dias antes do aniversário do clube. Em meio à era Pelé, só o Palmeiras de Ademir consegue beliscar títulos. Foi assim em 1963 e 1966. Quando o Santos perdeu fôlego, o Palmeiras se torna o melhor time do Brasil. O sucesso que teve no Palmeiras não encontrou equivalente fora do Parque Antártica. Convocado escassas 12 vezes para a Seleção Brasileira, seu único Mundial foi o de 1974, passando todo o tempo no banco de reservas. Entrando na última partida, na decisão de terceiro lugar contra a Polônia, substituído, o Brasil perdeu. Não ficou rico, mas teve o reconhecimento da torcida do Palmeiras. É um dos raros jogadores a ganhar estátua no Parque Antártica. "Sem Ademir da Guia o Palmeiras é menos Palmeiras", definiu o treinador Rubens Minelli ainda nos anos 60. Dupla sublime: Ademir da Guia seria um pouco menos do que foi se não houvesse um homem chamado Dudu jogando ao seu lado. Os dois formam o que muitos amantes do futebol consideram a dupla ideal, uma espécie de Pelé-Coutinho do meio-campo. A raça e a combatividade de Dudu eram complementadas à perfeição pela maestria e pela sensibilidade de Ademir da Guia. Os dois foram protagonistas do Palmeiras por 12 anos.Ademir da Guia filia-se ao Partido Comunista do Brasil (PC do B) em setembro de 2003 e se elege vereador em São Paulo no ano seguinte.