Poeta português, precursor do romantismo, é considerado o maior poeta da língua portuguesa no século XVIII. Manuel Maria Barbosa du Bocage (15/9/1765-21/12/1805) nasce em Setúbal. Alista-se na Marinha Real em 1783 e três anos mais tarde viaja para a Índia. Conhece Goa, Damão e Macau. Como o poeta Luís de Camões, seu ídolo, desilude-se com o Oriente. De volta a seu país, leva uma vida boêmia e adere à Nova Arcádia, mas é expulso por satirizar os companheiros. Em 1797 é preso, acusado de propagar o ateísmo e idéias republicanas. Nos anos em que fica nas masmorras da Inquisição, traduz textos de Jean-Jacques Rousseau, Jean-Baptiste Racine e Voltaire. Entre suas obras estão idílios, epístolas, odes, canções e sonetos que, pela forma e pelo uso de aparatos mitológicos, denunciam os acentuados traços árcades do poeta. Ao mesmo tempo, por explorar a individualidade, pelo gosto mórbido e pelo uso de interjeições e reticências, anuncia o romantismo. Notabiliza-se também como poeta satírico, erótico e pornográfico. Duas de suas obras são Rimas, em três volumes (1791-1804), e Poesias (1853), publicada postumamente com a tradução de Ovídio e de Jacques Delile. Morre em Lisboa.