Compositor, cantor e cineasta fluminense também conhecido como João de Barro. Um dos autores de carreira mais extensa do Brasil, escreveu vários clássicos da música nacional. Carlos Alberto Ferreira Braga (29/3/1907-) nasce numa família de classe média carioca. No ginásio, conhece o violonista Henrique Brito. A amizade desperta em Braguinha o interesse pela música. Em 1928, ele e Brito criam o grupo Flor do Tempo, junto com Alvinho, Noel Rosa e Almirante. Os amigos apresentam-se em casas de amigos e clubes. No ano seguinte, formam o Bando dos Tangarás, que faz grande sucesso até ser desfeito, em 1933. Braguinha, então estudante de arquitetura, assume o apelido de João de Barro, "pássaro arquiteto e cantor", pois seu pai não queria o nome de família envolvido com música popular. Paralelamente, tenta a carreira-solo como cantor, que dura apenas dois anos. Ainda nos anos 30, consagra-se como compositor ao ajudar a firmar a marchinha como gênero. Na mesma época, atua no cinema como compositor de trilhas, assistente de direção, argumentista e roteirista de filmes como Alô, Alô Carnaval (1936). Em 1936 escreve a letra para Carinhoso, de Pixinguinha, contra a vontade do autor. A composição torna-se um clássico e é uma das músicas brasileiras mais gravadas da história. Em 1944 lança Copacabana, considerada precursora da bossa nova por sua melodia e harmonia sofisticadas. Também é adaptador e diretor de dublagem de filmes de Walt Disney, como Bambi (1942). Entre 1937 e 1965, é o diretor artístico da gravadora Colúmbia (futura Continental), na qual lança cantores como Emilinha Borba. Também é responsável pela série de histórias infantis Disquinho, recordista mundial de permanência em catálogo e vendas, que vende 5 milhões de cópias até 1975. É sócio-fundador (1945) e presidente (1965) da gravadora Todamérica. Entre os anos 50 e 80, continua a compor marchas, como Chiquita Bacana (1958), A Canoa Virou (1965) e Bebê de Proveta (1980). É homenageado nos espetáculos O Rio Amanheceu Cantando (1975) e Viva Braguinha (1979), além de ter sido enredo vivo da Mangueira, vencedora do Carnaval de 1984. Em 2002, é homenageado com o lançamento do songbook Braguinha, coletânea de três CDs organizada por Almir Chediak. Casado, o compositor tem uma filha, três netos e seis bisnetos e vive no Rio de Janeiro.