Cineasta alagoano. Um dos criadores do cinema novo e um dos mais importantes diretores em atuação no país. Carlos José Fontes Diegues (19/5/1940-) nasce em Maceió, numa família de pequenos proprietários rurais. Aos 6 anos, passa a viver no Rio de Janeiro e envolve-se intensamente com cinema na adolescência. Aos 17, começa a fazer filmes experimentais e, em seguida, a escrever críticas no jornal da Pontifícia Universidade Católica. No início da década de 60, realiza os curtas-metragens Fuga e Domingo. Já como cineasta profissional, dirige o documentário Oito Universitários e o episódio Escola de Samba Alegria de Viver, de Cinco Vezes Favela, filme produzido em 1962 pelo Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes, considerado um dos marcos do cinema novo. Dois anos depois, conclui o primeiro longa-metragem, Ganga Zumba. Em 1965, realiza A Grande Cidade, em que trata do drama dos migrantes nordestinos nas metrópoles do país. Outros filmes de sucesso são Os Herdeiros (1966), sobre a política brasileira de 1930 a 1945, Quando o Carnaval Chegar (1972), Joana, a Francesa (1973), com a atriz francesa Jeanne Moreau, Xica da Silva (1976) e Chuvas de Verão (1978). Em Bye Bye Brasil (1979), narra as dificuldades de sobrevivência de artistas circences, numa crítica ao sufocamento da cultura regional pela cultura de massa. Outros trabalhos são Quilombo (1983) e Dias Melhores Virão (1990). Em 1996, lança Tieta do Agreste e, em 1999, Orfeu, refilmagem da peça Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes, já adaptada para o cinema nos anos 50 pelo diretor francês Marcel Camus.. Em 2003, lança seu 16.º longa-metragem, Deus É Brasileiro, com roteiro baseado em um conto de João Ubaldo Ribeiro, O Santo Que Não Acreditava em Deus. A maioria de seus filmes não só é apresentada em vários festivais internacionais, como Cannes, Veneza, Berlim, Nova York e Toronto, como também é exibida comercialmente na Europa, nos Estados Unidos e em toda a América Latina. Reconhecido internacionalmente, é oficial da Ordem das Artes e das Letras da França e membro da Cinemateca Francesa. No Brasil, recebeu o título de Comendador da Ordem de Mérito Cultural, a Medalha da Ordem de Rio Branco (a mais alta do país) e a Medalha Pedro Ernesto da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Recebe no Festival de Cinema de Gramado de 2003 o Troféu Eduardo Abelin pelo conjunto de sua obra.