CAPISTRANO DE ABREU

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Historiador cearense. Pioneiro da etnografia, seu trabalho leva à renovação da investigação e da interpretação historiográficas no Brasil. João Capistrano Honório de Abreu (23/10/1853-13/8/1927) nasce em Maranguape. Inicia sua formação no Nordeste, época em que conhece Sílvio Romero e Tobias Barreto. Em 1875 muda-se para o Rio de Janeiro, onde se torna redator da Gazeta de Notícias e, depois, funcionário da Biblioteca Nacional. No final da década de 1880 escreve a tese O Descobrimento do Brasil e o Seu Desenvolvimento no Século XVI, com a qual obtém a cátedra de História do Brasil no Colégio Pedro II, cargo no qual permaneceria até 1899. Sua carreira como historiador ganha impulso em 1907, quando publica o livro Capítulos da História Colonial. Seus escritos ressaltam a participação do homem comum e das massas na formação histórica, em contraponto aos heróis e mitos. Passa a interessar-se pelas culturas indígenas e em 1914 escreve Rã-txa hu-ni-ku-í, no qual estuda a gramática, os textos e o vocabulário dos caxinauás. Considerado um dos melhores trabalhos sobre a linguagem indígena sul-americana, o livro trata ainda da vida econômica, dos costumes e do folclore. Pesquisador incansável, investiga as fontes primárias da história do Brasil e descobre, entre outras coisas, que os Diálogos das Grandezas do Brasil, antes atribuídos a frei Vicente do Salvador, eram de autoria de Ambrósio Fernandes Brandão. Comenta e ficha textos dos padres Manuel da Nóbrega e José de Anchieta e faz edições críticas de obras fundamentais, como a História Geral do Brasil, de Varnhagen, escrita em 1907. Sempre preocupado com o caráter objetivo de suas interpretações, desenvolve estilo sintético que influencia todos os historiadores de sua geração. Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, morre no Rio de Janeiro.



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