Hiroshima (1972);
Máquina 5 (1978).
Farnese foi contemporâneo de Mary Vieira, Sergio Camargo, Lygia Clark, Flávio Shiró, Dionísio Del Santo, Abraham Palatnik, Almir Mavignier, Amilcar de Castro, dentre outros. Embora não seja a obra desses artistas um ponto de partida para a compreensão da de Farnese, esses nomes não foram escolhidos aleatoriamente. Se por nada mais, servem ao menos como contraste. No Brasil, grande parte dos artistas nascidos entre as décadas de 20 e 40 teve suas primeiras exposições de importância entre os anos de 1945 e 1965. Foi justamente durante esse período, com quase quarenta anos de atraso e conceitos erroneamente interpretados que explodiu, no outrora eixo cultural Rio de Janeiro-São Paulo, o interesse incontrolável pela arte concreta e seus inúmeros desdobramentos.
A arte concreta nasceu oficialmente na Rússia czarista em 1915 com a exposição 0-10. Mesmo antes de seu estabelecimento, o movimento concreto já prenunciava duas vertentes distintas: o suprematismo de Maliêvitch e o produtivismo de Tátlin. Contudo, cabe lembrar que desde o início se indagava sobre quantos anos Maliêvitch poderia continuar a "recombinar" suas composições suprematistas sem cair num ostracismo histérico e entediante. Esse período foi certamente um dos alicerces para grande parte do discurso moderno e pós-moderno dos séculos XX e XXI. Mesmo que sempre sujeito a reflexos históricos e tecnológicos, aquilo que ocorreu na Rússia, adicionado a outros fatos, como a influência do discurso de Marcel Duchamp e do neoplasticismo, atribuiu muitas facetas às artes visuais.