Albert Eckhout nasceu provavelmente em Groningen, Países Baixos, por
volta de 1610. Permaneceu no Brasil de 1637 a 1644, integrando no Recife
o reduzido mas ativo grupo de estudiosos que Nassau incorporou a sua
corte na possessão holandesa. Frans Post especializou-se na pintura de
paisagens e coube a Eckhout fixar em seus desenhos e telas os aspectos
de mais óbvio valor documental, como as frutas e flores, os animais e os
índios.
Um dos dois pintores holandeses trazidos ao Brasil na comitiva de Maurício de Nassau, Eckhout dividiu com Frans Post a tarefa de retratar nos trópicos tudo o que, por inusitado ou exótico, pudesse interessar ao Velho Mundo.
Em sua produção, que tinha para a época grande interesse descritivo, salientam-se quadros como "A dança dos tapuias", para muitos sua obra-prima, e outros que de igual modo retratam os primeiros habitantes do país, entre os quais mulatos, mamelucos e negros. Uma série de 12 naturezas-mortas, não assinadas mas atribuídas a Eckhout, mereceu louvores da crítica por denotar senso decorativo apurado e uma liberdade maior que a das figuras humanas.
Diversos originais de Eckhout, presenteados por Nassau ao rei Luís XIV da França, foram transpostos mais tarde, entre 1687 e 1730, para tapeçarias da manufatura dos Gobelins. Eckhout morreu supostamente em sua cidade natal, por volta de 1665.