Aleksandr Dovjenko
Aleksandr Pietrovitch Dovjenko nasceu em 11 de setembro (30 de agosto no
calendário juliano) de 1894 em Sosnitsa, Ucrânia. Mestre-escola em
Jitomir, após a revolução foi cônsul em Varsóvia, Munique e Berlim. De
volta à União Soviética, apaixonou-se pelo cinema e seu primeiro filme
como diretor foi Iagodki liubvi (1926; Os frutos do amor). Mas a obra
que chamou a atenção para sua sensibilidade foi Zvenigora (1928),
narrativa da história do povo ucraniano até a revolução bolchevista.
A obra de Dovjenko constituiu, juntamente com a de Eisenstein e Pudovkin, a vanguarda do cinema soviético na primeira metade do século XX.
Insistiu no tema: Arsenal (1928) trata da revolta operária no arsenal de Kiev em 1918 e Zemlia (1930; A terra) exalta poeticamente a coletivização no campo e a luta contra os latifundiários. Esse filme o consagrou internacionalmente, mas, denunciado pelo regime como "anti-revolucionário e exasperadamente realista", sofreu cortes para ser exibido. Dovjenko fez, a seguir, Ivan (1932), abordando o projeto hidrelétrico do Dnieper; Aerograd (1935), sobre a construção de um aeródromo na Sibéria; Shchors (1939), mais um episódio da luta socialista na Ucrânia, que lhe valeu o primeiro de seus dois prêmios Stalin (1941 e 1949). Realizou três documentários longos durante a segunda guerra mundial. Em 1946 dirigiu Mitchurin (A vida em flor), sobre o horticultor Ivan V. Mitchurin, e sofreu pressões até alterar o roteiro segundo o figurino do estado. Dovjenko morreu em Moscou em 26 de novembro de 1956, quando filmava Poema o more (Poema pedagógico), concluído por sua mulher, Júlia Sontseva.