Aluísio Jorge Andrade Franco nasceu em Barretos (SP) em 21 de maio de
1922. Passou no interior a maior parte da vida e formou-se como ator na
Escola de Arte Dramática de São Paulo. Suas primeiras peças -- O
faqueiro de prata e O telescópio, ambas em 1954 -- não mereceram grande
atenção, mas com A moratória ele se impôs perante a crítica, que
entendeu e louvou suas preocupações sociais, o paciente artesanato do
texto e sua absoluta recusa de concessões ao sensacionalismo. Em
síntese, A moratória mostra a família que, humilhada na cidade, na
fazenda havia sido poderosa e arrogante.
O conflito de indivíduos ante um meio social em desagregação e, em particular, a decadência dos barões do café no interior de São Paulo foram analisados a fundo nas peças de Jorge Andrade, dramaturgo que em meados do século XX desempenhou importante papel na renovação do teatro brasileiro.
Maior sucesso de público veio-lhe na década de 1960, com novas encenações de A moratória e também com obras como Pedreira das almas, A escada e Os ossos do barão, esta última adaptada para novela de televisão pelo próprio autor. Vereda da salvação, sobre fanáticos religiosos, foi filmada por Anselmo Duarte em 1965.
Na década de 1970, depois de contemplado com o Prêmio Molière pela publicação do ciclo de peças Marta, A árvore e O relógio, o dramaturgo teve duas obras vetadas pela censura: Senhora da Boca do Lixo e Milagre da cela, esta sobre a relação entre uma freira e seu torturador.
Valorizado por ter exposto no palco as transições socioeconômicas de seu estado natal -- do ouro para o café e do café para a indústria -- Jorge Andrade morreu em São Paulo SP em 13 de março de 1984.