Aníbal Machado
Aníbal Monteiro Machado nasceu em Sabará (MG), em 9 de dezembro de 1894 e
diplomou-se em direito em 1917 pela faculdade de Belo Horizonte. Foi
professor de literatura no Colégio Pedro II no Rio de Janeiro RJ.
Ligou-se aos modernistas, com assídua colaboração nos periódicos Revista
de Antropofagia, Estética, Revista Acadêmica e Boletim de Ariel. No
Diário de Minas trabalhou com os poetas Carlos Drummond de Andrade e
João Alphonsus. Foi também roteirista e crítico de artes plásticas, e
ajudou a fundar vários grupos teatrais, como Os Comediantes, o Teatro
Experimental do Negro, O Tablado e o Teatro Popular Brasileiro. Como
presidente da União Brasileira de Escritores, organizou em São Paulo,
em 1944, o I Congresso Brasileiro de Escritores.
Rigoroso com sua própria obra, como prova o fato de ter levado quarenta anos para escrever o romance João Ternura, Aníbal foi também um crítico mordaz, que não poupou os escritores medíocres.
A obra de Aníbal Machado sobressai pelo ineditismo da concepção estilística, em que se fundem o discurso lógico da prosa e o lirismo da fabulação poética. Destacam-se sobretudo os aforismos, contos, ensaios poemáticos e poemas em prosa de Cadernos de João (1957), além dos contos reunidos em Vila feliz (1946), entre eles as obras-primas "A morte da porta-estandarte" e "O telegrama de Artaxerxes", e em Novelas reunidas (1959). Aníbal Machado morreu no Rio de Janeiro em 20 de janeiro de 1964.