Antonín Leopold Dvorák nasceu em Nelahozeves, localidade tcheca da
região da Boêmia, em 8 de setembro de 1841. Muito cedo aprendeu a tocar
violino e em 1857 transferiu-se para Praga. Estudou órgão durante dois
anos, ao mesmo tempo que tocava viola para sobreviver. Nesse período
compôs duas sinfonias, uma ópera, peças de câmara e canções. Com o hino
patriótico Os herdeiros da montanha branca, de 1873, tornou-se um dos
grandes nomes da música tcheca.
Inspirado nas fontes folclóricas tchecas, Dvorák transgride, no entanto, as normas tradicionais da música de seu país e se destaca mais como improvisador e melodista do que como fiel observador das fontes ou das normas de composição.
A conselho de Brahms, a quem conheceu na Áustria em 1875, Dvorák decidiu dedicar-se exclusivamente à composição. Com os Duetos morávios (1876) e as Danças eslavas (1878), sua fama se disseminou por toda a Europa. Depois de ensinar no Conservatório de Praga, abandonou temporariamente o país em 1892 para dirigir o recém-inaugurado conservatório de Nova York, cidade onde morou durante três anos e em que viveu a fase mais conhecida de sua atividade criadora.
A abundante produção de Dvorák se inscreve na tradição européia das grandes formas sinfônicas, camerísticas e operísticas cultivadas por Beethoven, Schubert e Brahms. Essa característica, unida à herança musical folclórica, explica os traços essenciais de sua música: riqueza de idéias enraizadas no folclore eslavo, grande inspiração melódica, clareza na expressão harmônica e unidade no desenvolvimento.
Dvorák escreveu dez óperas, concertos para piano, violino e violoncelo, música sacra e de câmara, aberturas, poemas sinfônicos e nove sinfonias. Entre estas, a mais conhecida é a nº 9, Do Novo Mundo (1893), da fase nova-iorquina. (As sinfonias de Dvorák foram durante muito tempo numeradas de 1 a 5, conquanto ele houvesse composto antes outras quatro. Posteriormente todas as nove sinfonais foram renumeradas segundo a ordem real de composição.) Acreditava-se que a sinfonia nº 9 fosse inspirada nos spirituals e outras fontes americanas. Embora essas influências possam ter existido, os temas musicais são inequivocamente boêmios e revelam sobretudo a saudade da terra natal. Dvorák morreu em Praga, em 1º de maio de 1904.