Antonio Machado y Ruiz | Espanha
Antonio Machado y Ruiz nasceu em Sevilha, em 26 de julho de 1875. Aos
oito anos de idade mudou-se com a família para Madri, onde recebeu
formação liberal e estudou língua e literatura francesas. Iniciou sua
atividade literária com artigos de caráter satírico e humorístico
publicados no periódico La Caricatura em 1895. Quatro anos mais tarde
transferiu-se para Paris, onde trabalhou como tradutor da editora
Garnier e conheceu figuras literárias da estatura do britânico Oscar
Wilde e do espanhol Pío Baroja. Ao regressar a Madri, meses depois,
entregou-se sem êxito à carreira de ator teatral e em 1902 voltou para
Paris. Entrou então em contato com o movimento modernista, por
intermédio do poeta Rubén Darío, que exerceu grande influência sobre
suas primeiras produções poéticas. Mais tarde, rejeitou o modernismo dos
contemporâneos para adotar o que denominou "poesia eterna".
Vinculado à "Geração de 98" por suas inquietudes e atitude crítica ante a realidade nacional, Machado marcou com seu apurado humanismo boa parte da literatura espanhola do século XX.
Na obra literária de Antonio Machado distinguem-se três etapas fundamentais. A primeira é representada pelo volume poético Soledades (1903) e por Soledades, galerías e outros poemas (1907), ampliação do livro anterior, ambos marcados pelo romantismo tardio do século XIX. Extremamente lírico e subjetivo, o autor cultiva temas como a morte, o tempo e a melancolia, mas já exibe a dicção autenticamente castelhana que imprimiria em sua poesia posterior, bem como a temática de motivos populares.
A mudança para a cidade de Soria, na região de Castela, onde passou a lecionar francês, propiciou a segunda etapa da evolução literária do autor, caracterizada por uma poesia menos intimista. A obra mais representativa desse período é Campos de Castilla (1912), que se destaca não só pelo caráter descritivo, ao transmitir a imagem de uma região desolada, mas pelo uso das formas do romanceiro popular. As inquietudes políticas, filosóficas e morais do autor se conjugam com a descrição da austera paisagem castelhana.
Após a morte da esposa, Machado abandonou Soria e residiu sucessivamente em Baeza e Segóvia, até que em 1931 instalou-se em Madri. Nesse período publicou Nuevas canciones (1924), que marca a predominância do verso sobre a prosa em sua obra, e Poesías completas (1928), cujo tom sombrio e de indagação intelectual assinalou a terceira fase poética. Durante esse período, Machado escreveu também diversas peças teatrais, em colaboração com seu irmão Manuel. Em 1936 publicou um autêntico testamento literário, a coleção de textos em prosa Juan de Mairena, imaginário alter ego do autor e porta-voz de seus pensamentos cívicos e humanistas.
A eclosão da guerra civil surpreendeu Machado em Madri. Partidário dos republicanos, foi primeiro para Valência e depois para Barcelona, e ao final do conflito exilou-se na França. Antonio Machado, que manifestou o desejo de que lembrassem dele sobretudo como "um homem bom", morreu em Collioure, França, em 22 de fevereiro de 1939.
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