Leonid Nicolaievitch Andreiev nasceu em Oriol, Rússia, em 21 de agosto
de 1871 (9 de agosto no calendário juliano). Depois de haver exercido
brevemente a advocacia, introduziu-se no mundo literário através do
jornalismo. Seus contos e romances, entre os quais se destacaram
Gubernator (1905; O governador), Rasskaz o semi poveshennikh (1908; Os
sete enforcados) e Sashka Zhegulov (1911) deixavam entrever um profundo
pessimismo e uma obsessão pela destruição e pela morte, aliados a uma
visão crítica das condições sociais da época. Seu estilo, entre o
simbolismo e o realismo, tendia a exaltar uma espécie de mística
humanista e trágica que nem sempre escapava à retórica.
O talento sombrio e ambíguo de Leonid Andreiev, que despertou as mais díspares opiniões entre os estudiosos de literatura, refletiu as contradições que dominaram muitos intelectuais de seu país nos anos que precederam a revolução soviética.
A produção teatral de Andreiev, iniciada em 1905, mostrou propensão ainda maior para elementos simbolistas e filosóficos, patentes em Zhizn cheloveka (1907; A vida do homem) e Tot, kto poluchaiet poshchiochini (1916; Aquele que recebe as bofetadas). Com a revolução, Andreiev se opôs aos bolcheviques e, depois da vitória destes, exilou-se na Finlândia, onde morreu praticamente esquecido, em Kuokkala, a 12 de setembro de 1919.