KARL MARX - FILÓSOFO E ECONOMISTA ALEMÃO

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Filósofo, economista e militante revolucionário alemão de origem judaica nascido em Trier, na Renânia, então província da Prússia,cujo pensamento de coletivizar as riquezas e distribuir justiça social, mudou radicalmente a história política da humanidade, gerando as revoluções socialistas. De uma família de vida nos padrões de classe média, sua juventude foi dedicada aos estudos e a uma vida tranqüila dentro da cultura burguesa européia.

Filho de um advogado judeu, Hirschel Marx, depois de estudar em sua cidade natal, ingressou na Universidade de Bonn (1835), onde estudou direito, história, filosofia, arte e literatura e participou da luta política estudantil. Transferindo-se para a Universidade de Berlim (1836), começou a estudar a filosofia de Hegel, juntou-se ao grupo dos jovens hegelianos e tornou-se membro de uma sociedade formada em torno do professor de teologia Bruno Bauer, que considerava os Evangelhos narrativas fantásticas suscitadas por necessidades psicológicas.

Apresentou sua tese de doutorado, em que analisava, na perspectiva hegeliana, as diferenças entre os sistemas filosóficos de Demócrito e de Epicuro (1841). Mesmo critico das teses de Hegel, o admirava muito e, por isso, sentiu-se prejudicado pelo governo alemão, pois Frederico IV começava a perseguir todos os simpatizantes de Hegel. Como professor foi proibido de pôr os pés na universidade (1842) e, desempregado, para sobreviver tornou-se jornalista em Colônia, colaborando com o jornal Rheinische Zeitung (1842), no qual, devido à sua competência, chegou a assumir sua direção ainda naquele ano.

Como diretor do jornal patrocinou um estudo sobre a vida de camponeses que roubavam madeira pertencente ao Estado. Esse estudo provou que os camponeses recebiam um salário tão baixo, que passavam fome, e por conseqüência roubavam a madeira para vendê-la. Para resolver esse problema de criminalidade, propôs que se aumentassem os salários dos camponeses em vez de prendê-los.

O governo alemão não gostou da sugestão e, por isso, fechou o jornal e ele foi levado a se exilar em Paris (1843). Em Paris, organizou uma revista que denuncia a repressão do governo alemão contra a cultura e contra os trabalhadores. Em virtude disto o governo alemão pressionou o francês, que resolveu expulsá-lo da França. E assim, novamente por motivos políticos, mudou-se para Bruxelas (1845). A essa altura da vida já se encontrava extremamente interessado pelo movimento dos trabalhadores e, diante de tanta exploração e miséria, percebeu que a única saída era a união dos mesmos para lutar pelos seus direitos.

Passa, então, a se dedicar integralmente a escrever artigos e livros contra a sociedade capitalista e a sua substituição por uma sociedade socialista. Ali conheceu Friedrich Engels, com quem manteria estreita colaboração até o fim da vida. Escreveram a a quatro mãos Die heilige Familie (1845) e Die deutsche Ideologie (1845-1846, publicada em 1926) e juntos reorganizaram a Liga Comunista (1847).

O movimento operário internacional preparou um congresso em Londres (1848) e o convidou para expor suas idéias sobre como deve ser uma sociedade sem exploração. Foi nessa oportunidade que ele apresentou ao público seu artigo Manifesto Comunista a famosa publicação Manifest der Kommunistischen Partei, em que com Engels afirmava, num estudo em dois volumes, que a solidariedade internacional dos trabalhadores em busca de sua emancipação superaria o poder dos Estados nacionais. Junto com Engels pregou uma revolução internacional que derrubasse a burguesia e implantasse o comunismo, nova sociedade sem classes. Era o início de revoluções na França e na Alemanha e, em por causa desta publicação, foi expulso pelo governo da Bélgica, tendo de permanecer em Londres.

Depois de participar do movimento revolucionário (1848) na Alemanha, regressou definitivamente a Londres, onde durante o resto da vida contou com a generosa ajuda econômica de Engels para manter a família. Morreu no dia 14 de março (1883) e foi enterrado no Highgate Cemetery, norte de Londres. Nesse exílio escreveu e publicou Der 18 Brumaire des Louis Bonaparte (1852), Zur Kritik der politischen Ökonomie (1859) e o primeiro volume de o primeiro volume de sua obra mais importante, Das Kapital (1867). Os volumes seguintes dessa obra, para a qual reuniu vasta documentação, seriam publicados somente depois de sua morte (1884 /1894). Voltou à atividade política quando participou da fundação da Associação Internacional de Trabalhadores (1864).

Como líder e principal inspirador dessa Primeira Internacional, sua presença se reafirmou por ocasião da segunda Comuna de Paris (1871), movimento revolucionário de que a associação participou ativamente e em que pereceram mais de vinte mil revoltosos. Suas divergências iniciadas (1872) com o anarquista Mikhail Bakunin, provocaram a derrocada da Internacional. Ainda participou da fundação do Partido Social Democrata Alemão (1875) e em seguida retirou-se da atividade política para concluir Das Kapital.

Para ele, o capitalismo era a última forma de organização social baseada na exploração do homem pelo homem. Incansável escritor de suas idéias, muitos de seus escritos só foram publicados postumamente em virtude de seu estado de pobreza, a repressão policial ao movimento dos trabalhadores e até por ser pouco conhecido em sua época, a não ser pelos trabalhadores.

Durante a vida, não pôde ver as conseqüências do que tinha escrito, no entanto, com o passar dos anos, seus livros tornaram-se mundialmente famosos, inspirando os mais diversos movimentos de libertação de povos oprimidos.

Além das obras já citadas, ainda são consideradas obras importantes: The Difference Between the Democritean and Epicurean Philosophy of Nature (1841, publicada em 1902), Critique of Hegel’s Philosophy of Right (1843), Introduction to a Contribution to the Critique of Hegel's Philosophy of Right (1844), Economic and Philosophic Manuscripts (1844), Comments on James Mill's Elements of Political Economy (1844, publcada em 1932), The Holy Family or a Critique of Critical Critique (1844), Theses on Feuerbach (1845, publcada em 1886), The Poverty of Philosophy (1847), Revolution and Counter-Revolution in Germany (1851, publcada em 1896), Pre-Capitalist Economic Formations (1857, publcada em 1939), Outlines for a Critique of Political Economy (1859), Theories of Surplus Value, em três volumes (1861-1863), The Process of Production of Capital, em três volumes (1867/1885/1894), The Civil War in France (1871) e Critique of the Gotha Program (1875), entre outros. Com F. Engels, também destacaram-se A Critique of the German Ideology (1846), Heroes of the Exile (1852, publcada em 1930) e Fictitious Splits in the (First) International (1872). Com Jules Guesde escreveu The Programme of the Parti Ouvrier (1880).

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