Alphonse Daudet nasceu em Nîmes, na Provença, em 13 de maio de 1840. Aos
17 anos se mudou para Paris, onde colaborou em jornais e escreveu para o
teatro. Seu fracassado drama L'Arlesienne (1863; A arlesiana), seria
mais tarde musicado por Bizet. A celebridade viria com as narrativas de
caráter realista. Dentre estas, destacaram-se Lettres de mon moulin
(1869; Cartas de meu moinho), coletânea de histórias ambientadas na
terra natal, e Les Aventures prodigieuses de Tartarin de Tarascon (1872;
Tartarin de Tarascon), romance que narrava as divertidas andanças do
protagonista pela Argélia. Tartarin, um burguês provençal, dono de uma
imaginação exaltada e romântica, era um misto de Dom Quixote e Sancho
Pança. Mais tarde, Daudet escreveria mais dois livros com o personagem:
Tartarin sur les Alpes (1885; Tartarin nos Alpes) e Port-Tarascon (1890;
O Porto de Tarascon).
As narrativas regionais de Daudet, céticas e nostálgicas, descrevem os tipos provençais com crueza, humor e ironia, qualidades que permitiram a seu autor ultrapassar os limites do naturalismo.
Escreveu ainda Jack (1876) e Sapho (1884), história da ligação de um jovem do interior com uma atriz parisiense, mas sobrevivem apenas as narrativas humorísticas. Daudet faleceu em Paris, em 15 de dezembro de 1897.