Santo Ambrósio nasceu em Trier (hoje na Alemanha), por volta do ano 340.
Estudou em Roma e, em cerca de 370, foi nomeado governador de Ligúria e
Emília, com sede em Milão. Com a morte do bispo Auxêncio, em 374, e em
virtude da divisão existente entre os cristãos seguidores do Concílio de
Nicéia e os partidários da heresia ariana, ambas as facções decidiram
fazer de Ambrósio bispo. Oito dias após ser batizado consagraram-no
bispo de Milão. Considerando-se chamado por Deus, distribuiu seus bens
aos pobres, estudou teologia e tornou-se um dos doutores da igreja.
Quando os cristãos milaneses, no ano de 374, elegeram seu governador Ambrósio para bispo, ele não era mais que um simples catecúmeno, isto é, não havia sequer recebido o batismo. Isto, porém, não impediu que sua obra pastoral, teológica e litúrgica o levasse a integrar, juntamente com são Jerônimo e santo Agostinho, o grupo de padres que constituem a "idade de ouro" da patrística.
Seguidor do credo de Nicéia, recusou-se a qualquer acordo com os arianos -- que postulavam uma natureza criada e finita para Jesus Cristo --, não lhes permitindo nenhum lugar de culto em Milão. Também se opôs a que Valenciano II restaurasse o altar da deusa Vitória no Senado. Obrigou, ainda, o imperador Teodósio I a manifestar arrependimento pelo massacre que mandara promover na cidade de Tessalonica.
Sua eloqüência de pregador, que logrou frutos tão notáveis como a conversão de santo Agostinho, deixou-se ver em seus tratados e escritos teológicos, nos quais destacou o papel de unificação espiritual da igreja cristã ante o desmembramento do Império Romano. Além disso, santo Ambrósio deu poderoso impulso à liturgia: devem-se a ele os primeiros hinos litúrgicos da igreja, bem como a introdução do canto das antífonas dos salmos, o que o fez ser considerado como o pai da liturgia latina nesse aspecto. Morreu em 397 em Milão, cidade em cuja catedral repousam seus restos mortais.