ANTÔNIO FELICIANO DE CASTILHO - ESCRITOR PORTUGUÊS

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Antônio Feliciano de Castilho
Antônio Feliciano de Castilho nasceu em Lisboa em 21 de janeiro de 1800. Filho de um professor coimbrão, aos seis anos de idade ficou praticamente cego, mas dotado de ótima memória, em 1822 formou-se pela Universidade de Coimbra. Seus primeiros versos são de corte bocagiano e inspiração neoclássica, revelando-se já em Cartas de Eco a Narciso (1821) e Primavera (1822). Nessa fase, escrevendo ou recitando poemas, participou ativamente da política portuguesa. Pouco a pouco, aderiu ao romantismo, especialmente em Amor e melancolia (1828), mas sobretudo em A noite do castelo (1836) e Ciúmes do bardo (1838) que, no entanto, se mantêm algo arcádicos. O romantismo medievalista, marcado pela presença de Herculano, lhe dá os Quadros históricos de Portugal (1839), de estilo rebuscado e intenção educativa.

Escritor empenhado no desenvolvimento social e educacional de sua terra no século XIX, Castilho representa bem o academismo romântico em Portugal.

Castilho dirigiu desde 1842 a Revista Universal Lisbonense. Resulta mais ou menos daí sua identificação cada vez maior com os clássicos e, de outra parte, ante a revolução de 1848, sua face de progressista utópico e de pedagogo: muda-se para São Miguel, nos Açores, preconiza a "fraternidade agrária" e a instrução pública fundada em suas próprias preferências e obras, contribuindo com um método de leitura e um tratado de versificação.

Nos últimos anos, dedicou-se a outra atividade em que muito se destacou: a de tradutor. Castilho traduziu magistralmente autores antigos, como Píndaro, Virgílio e Anacreonte, e os também clássicos Shakespeare, Molière e Goethe. Na Questão Coimbrã (1865), ao lado de Camilo e Ramalho Ortigão, Eça de Queirós e Teófilo Braga, aferrou-se à tradição, adverso a qualquer mudança renovadora na literatura. Morreu em Lisboa, em 18 de junho de 1875.

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