Araripe Júnior
Tristão de Alencar Araripe Júnior nasceu em Fortaleza (CE) em 27 de julho
de 1848. Ainda no Ceará, sensível, como toda sua geração, às idéias
emanadas de Taine, Buckle e Spencer, ligou-se a outros jovens, como
Capistrano de Abreu e Rocha Lima, na defesa da tendência nacionalista
que vinha sendo explorada desde José de Alencar. Formado em direito em
Recife (1869), onde sofreu a influência de Tobias Barreto, radicou-se em
1880 no Rio de Janeiro. Trabalhou como jornalista e advogado e fez
carreira no serviço público, sendo nomeado consultor geral da República
em 1903. Destacou-se na luta pela Abolição, ao lado de José do
Patrocínio, e foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.
A tese da nacionalização da literatura brasileira foi o cerne da obra de Araripe Júnior, que adquiriu renome por constituir com Sílvio Romero e José Veríssimo o grande trio da crítica literária na época naturalista e positivista de fins do século XIX.
Embora tenha entrado para a história como crítico, foi na ficção que estreou na literatura, ao publicar Contos brasileiros (1868). Caídos no esquecimento, seus demais livros de ficção, como A casinha de sapé (1872) e o Retirante (1878), ilustraram seus princípios gerais nacionalistas com uma franca opção pelos temas típicos e os personagens sertanejos. Na Carta sobre a Literatura Brasileira (1869) tal opção seria definida em termos teóricos.
Entre os estudos que publicou em vida figuram José de Alencar (1882), Gregório de Matos (1894), Ibsen e o espírito da tragédia (1911). Outros trabalhos, sobre autores como Aluísio Azevedo, Raul Pompéia e Machado de Assis, ficaram dispersos em jornais e revistas até serem reunidos nos três volumes de Obra crítica de Araripe Júnior (1958), editados por Afrânio Coutinho. Araripe Júnior morreu no Rio de Janeiro RJ em 29 de outubro de 1911.
