SANTO ANTÔNIO DO EGITO - SANTO CATÓLICO

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Santo Antão ou santo Antônio o Grande ou o Abade, também dito santo Antônio do Egito, nasceu em Coma, no Egito, no ano 251. Possuidor de rica herança, aos vinte anos de idade distribuiu seus bens entre os pobres e consagrou-se ao ascetismo. Discípulo de são Paulo de Tebas, fundou primeiro uma comunidade de eremitas em Fayum e em seguida retirou-se para o monte Pispir (atualmente Dayr al-Maymun), perto do Nilo, onde deve ter vivido de 286 a 305. Começou nesse período a lendária luta com o demônio, de ampla repercussão na teologia, na literatura, nas artes plásticas.

Herói da vida espiritual e da experiência mística, santo Antão permanece como um modelo da perseverança a qualquer preço e do homem que prevalece sobre as carências de sua solidão.

Como em suas imediações diversos místicos passaram a adotar o mesmo comportamento espiritual, mas sem a devoção ou o desprendimento necessários, santo Antão saiu para organizá-los em congregação e, em 313, quando o Edito de Milão pôs fim às perseguições aos cristãos, seguiu para outro monte no deserto oriental, o Kolzim, entre o mar Vermelho e o Nilo, ali fundando o mosteiro Dayr Mari Antonios, que existe até hoje.

Ausentou-se, às vezes, para rever Pispir ou para ir a Alexandria, onde visitou santo Atanásio -- que seria seu biógrafo -- e pregou contra o arianismo, heresia para a qual o Cristo não era da mesma substância que Deus Pai. Já andava, então, por seus noventa anos. Também nessa fase teria encontrado são Paulo de Tebas, que assistiu na morte e de quem guardou como relíquia a túnica de folhas de palmeira.

O melhor testemunho sobre as experiências vividas por santo Antão foi o de seu amigo santo Atanásio, segundo o qual o demônio assediava-o com visões ora aliciantes, ora aterradoras, invadindo seu jejum e sua continência com iguarias, mulheres e feras, ou surrando-o até o limite de suas forças. Sua resistência, infatigável, baseava-se na fé, na oração incessante, na penitência. Sua regra e seus preceitos constam da Vida de santo Antão, de santo Atanásio. Patriarca da Tebaida e do monasticismo cristão, o santo foi muito admirado na Idade Média, quando se fundou (c. 1100) a Ordem dos Hospitalários de santo Antão.

Na hagiografia, é representado com um T (a cruz em tau, dita de santo Antão ou egípcia) e com um porco, talvez símbolo do pecado, ou do demo. O tema de suas tentações inspirou obras literárias, como o romance de Gustave Flaubert La Tentation de saint Antoine (1874; A tentação de santo Antão), e quadros famosos, como os de Hieronymus Bosch, Pieter Bruegel, Matthias Grünewald e Max Ernst. Santo Antão morreu no eremitério de Dayr Mari Antonios em 17 de janeiro de 356.

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