Religioso catarinense. Cardeal-arcebispo de São Paulo, desempenha papel fundamental na defesa dos direitos humanos e na denúncia das arbitrariedades da ditadura militar. Paulo Evaristo Arns (14/12/1921-) nasce em Forquilhinha, no município de Criciúma, numa família de 13 irmãos. Ordena-se sacerdote franciscano em 1945, em Curitiba, Paraná, e forma-se em letras na Universidade de Paris, França. Começa a trabalhar dando aula no seminário da cidade paulista de Agudos. Atua como vigário também em Petrópolis, Rio de Janeiro, até ser nomeado bispo auxiliar da arquidiocese de São Paulo, em 1966. Torna-se arcebispo da cidade em 1970 e cardeal em 1973. Ligado aos setores progressistas da Igreja Católica, cria no mesmo ano a Comissão de Justiça e Paz da arquidiocese, que tem papel de destaque na defesa dos perseguidos pelo ditadura. Em 1975, é um dos celebrantes do ato ecumênico em memória do jornalista Vladimir Herzog, morto pelos órgãos da repressão. Na década de 80, apoia os movimentos pela democracia no país. Ao completar 75 anos, em 1996, pede demissão do cargo de cardeal-arcebispo de São Paulo, como determinam as regras da Igreja. Deixa a arquidiocese em 1998 mas se mantém em atividade. Escreve colunas para três jornais de São Paulo, participa de programas de rádio nas emissoras América e Nove de Julho e reza a missa dominical no Hospital Geriátrico Pedro II, da Santa Casa de Misericórdia. Autor de dezenas de obras, em 2001 lança um livro de memórias, Da Esperança à Utopia – Testemunho de uma Vida, e é agraciado com a Comenda "Ordem do Rio Branco", condecoração do governo da República do Brasil. Em 2004, lança Corintiano Graças a Deus.