José Pancetti | Brasil

Pancetti entra para a Marinha mercante italiana em 1919 e viaja pelo mundo até desembarcar em Santos, em 1922, onde decide fixar-se. Trabalha, então, como pintor de paredes, garçom e carpinteiro até que, cansado dos trabalhos temporários, entra para a Marinha de Guerra do Brasil.
É como marinheiro que Pancetti faz suas primeiras incursões pela pintura. Desenha, especialmente - a pedido de seus superiores e colegas -, alguns esboços sobre o Minas Gerais, navio em que servia. No início da década de 30, participa, no Rio de Janeiro, do Núcleo Bernadelli, movimento de oposição ao modernismo paulista. Começa a desenvolver seu estilo próprio de pintura, que, despojado de grandes artifícios e sofisticação, avança na contramão dos pintores modernistas, cada vez mais influenciados pelos artistas europeus. Não se prende a modismos nem cultua os grandes nomes do gênero.
Faz questão de realçar que sua grande mestra é a intuição, "pintando com o coração, com a pele, com os olhos e com a vida nas mãos", segundo suas próprias palavras. Seus auto-retratos e suas paisagens de Campos do Jordão, São João del Rei e Angra dos Reis figuram entre as grandes obras da pintura brasileira do século XX. Pancetti morre no Rio de Janeiro. Para comemorar os 40 anos de sua morte, o Espaço Cultural da Marinha, em São Paulo, realiza uma grande exposição de sua obra, que hoje é muito disputada por colecionadores. Seu quadro Marinhas com Figuras, de 1951, foi leiloado em 1998 por 77 mil dólares.
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