Anjo (1984);
A Queda dos Obeliscos (1988).
Alex Flemming (São Paulo, 1954) é um pintor, escultor, gravador, artista multimídia e poeta brasileiro. Freqüentou o curso livre de Cinema na Fundação Armando Álvares Penteado, entre 1972 e 1974. Cursou serigrafia com Regina Silveira (1939) e Julio Plaza (1938-2003), e gravura em metal com Romildo Paiva (1938), nos anos de 1979 e 1980. Na década de 1970 realizou filmes de curta-metragem, participando de festivais. Em 1981 viajou para Nova Iorque, onde desenvolveu projeto no Pratt Institute Manhattan, com bolsa de estudos da Fulbright Foundation, com permanência até 1983. Foi professor da Kunstakademie de Oslo, na Noruega, entre 1993 e 1994.
No começo dos anos 1990, realizou algumas séries de pinturas com caráter autobiográfico, que tinham como suporte suas próprias roupas. Posteriormente, passou a recolher e pintar cadeiras, poltronas e sofás usados, nos quais posteriormente aplicava letras, que formavam textos retirados de notícias de jornais, deslocando assim a relação preestabelecida com esses objetos. Já em Body Builders (2001/2002), fotografou corpos jovens e esbeltos para em seguida desenhar, sobre essas imagens, mapas de áreas de conflitos e de guerras, como, por exemplo, aquelas do Oriente Médio ou da região de Chiapas, no México.
O uso de caracteres gráficos sobre fotografias de pessoas também está presente em um dos seus mais destacados trabalhos: os painéis da Estação Sumaré do Metrô de São Paulo. Compostos por fotos de pessoas comuns, a cada uma delas foi atribuído um poema, escrito em letras meio borradas, com alguns trechos invertidos ou ausentes, o que não impossibilita totalmente a compreensão do texto.
Crítica - Impressionante como alguém pode se promover com trabalhos atuais (fotografias) sem a menor criatividade e sem o mínimo de emoção. Fotografias borradas com AF's por cima que não dizem nada e ainda por cima cobrando uma fortuna por isto. Para sorte dele, deve ter quem pague, honrando seus trabalhos da década de 80.
Crítica - A obra do artista mantém grande coerência entre suas diversas fases, sempre focadas nas questões que envolvem o corpo (presente nas fotos, ausente nos móveis), a religiosidade e o Brasil. A fotografia é hoje meio de expressão de numerosos artistas no país e no Mundo. Pode-se simplificadamente dizer que a fotografia deixou de reproduzir o real, para tornar-se forma de expressão autônoma. A fotografia, como meio em si ou como propiciadora de acesso a outras médias, é usada por Flemming desde o início de sua carreira. São particularmente interessantes gravuras executadas nos anos 70, de forte conteúdo político, reproduzidas em livro editado pela Edusp-Editora da Universidadede São Paulo. No total existem cinco livros dedicados ao artista, além de alentados catálogos. Flemming é dos primeiros artistas brasileiros vivos a desenvolverem relevante carreira no Exterior, com diversas exposições individuais nos EUA e Europa. As questões que envolvem expressão artística e mercado de arte são complexas, muitas vezes submetidas a fenômenos de mídia, e estão ausentes do fazer artístico e da problemática conceitual de Flemming