Afonso V nasceu a 15 de janeiro de 1432 em Sintra. Era filho de D.
Duarte e da rainha Leonor, filha de Fernando I de Aragão. Sucedeu ao pai
com seis anos, ficando Portugal sob a regência de sua mãe e, a partir
de 1440, de seu tio D. Pedro, duque de Coimbra, com cuja filha, Isabel,
Afonso se casou.
Conquistador de Alcácer Ceguer, Arzila e Tânger, Afonso V foi apelidado Afonso o Africano e se intitulou rei de Portugal "de aquém e além mar em África". Invadiu também Castela, tentando unir sua coroa à de Portugal.
D. Pedro favoreceu o fortalecimento do poder central, de que foram instrumento as Ordenações Afonsinas, e que interessava à burguesia mercantil empenhada nas grandes navegações. D. Afonso, porém, aderiu à aristocracia rural, que se opunha a esse projeto. Em 1448, afastou o tio da regência. Relegou-se então a segundo plano o projeto de exploração da costa africana e deu-se prioridade à expansão portuguesa em Marrocos. Assim, D. Afonso interveio no norte da África, tomando Alcácer Ceguer em 1458, além de Arzila e Tânger em 1471.
Depois da morte de Leonor, Afonso V casou-se com Joana a Beltraneja, filha de Henrique IV de Castela, e passou a apoiá-la na disputa pelo trono de Castela contra seus tios Isabel e Fernando, os reis católicos, que então pugnavam pela centralização do poder espanhol e apoiavam os decobrimentos marítimos. Afonso V atacou Castela em 1475 mas, derrotado em Toro no ano seguinte, abdicou em favor de seu filho João, mais tarde João II. Morreu em Sintra, em 28 de agosto, antes que as cortes portuguesas pudessem ratificar sua abdicação.