Antônio Mariano Alberto de Oliveira nasceu em Palmital de Saquarema RJ,
em 28 de abril de 1857. Tinha 16 irmãos, todos com inclinações
literárias, o que transformou a casa da família, em Niterói RJ, num dos
pontos de reunião obrigatórios da elite intelectual da década de 1880.
Estudou em Niterói e na corte. Seu livro de estréia, Canções românticas
(1877-1878), já evidenciava uma franca reação à poesia da época. Logo,
porém, o poeta superou suas hesitações e aderiu à nova corrente estética
francesa do parnasianismo, pela leitura de Leconte de Lisle, Théodore
de Banville e Théophile Gautier. A partir de Meridionais (1884),
firmou-se como um dos quatro maiores poetas brasileiros do movimento
(com Olavo Bilac, Raimundo Correia e Vicente de Carvalho).
O poeta Alberto de Oliveira escreveu alguns dos sonetos mais perfeitos da língua portuguesa e é reconhecido como um dos representantes máximos da poesia parnasiana brasileira.
Depois de se diplomar em farmácia em 1884, passou à faculdade de medicina, que não concluiu. Foi oficial de gabinete do presidente do estado do Rio de Janeiro e diretor da instrução pública. Lecionou na Escola Normal e na Escola Dramática e tornou-se depois inspetor de ensino. Publicou Sonetos e poemas (1886) e Versos e rimas (1895), e foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em 1897. Depois de 1900, publicou várias edições de Poesias (1900-1927), além de Ramo de árvore (1922).
Cultor declarado da forma perfeita, de uma poesia elaborada, impessoal e objetiva, Alberto de Oliveira exerceu grande influência sobre seus contemporâneos e teve seguidores que continuaram a divulgar suas técnicas e virtudes mesmo depois de extinta a fase criadora do movimento. Mais do que o próprio Alberto de Oliveira, seus defensores foram atacados, como representantes da decadência, pela revolução modernista de 1922. Cessado o impulso iconoclasta do modernismo, restituiu-se ao autor sua devida importância literária. Em concurso organizado em 1924 pela revista Fon-Fon, foi considerado o sucessor de Bilac como "príncipe dos poetas brasileiros". Embora preso aos cânones da ortodoxia parnasiana, em sua última fase deixou-se influenciar pelo simbolismo, como nos poemas "Alma em flor", "Livro de Ema" e "Por amor de uma lágrima", e até mesmo pelo modernismo ("Cheiro de flor"). Alberto de Oliveira morreu em Niterói em 19 de janeiro de 1937. Em 1944 publicou-se um volume póstumo com poesias inéditas do autor.