Alberto Giacometti
Alberto Giacometti nasceu em Borgonovo, Suíça, em 10 de outubro de 1901,
filho de um pintor pós-impressionista, Giovanni Giacometti, que
estimulou sua inclinação para as artes e o matriculou na Escola de Artes
e Ofícios de Genebra. Em 1922 mudou-se para Paris. Estudou cerca de
cinco anos com Émile-Antoine Bourdelle mas, como prova a escultura
"Torso", de 1925, sempre esteve mais próximo dos cubistas e dos
pós-cubistas. A "Mulher-colher", do ano seguinte, mostra as influências
da arte primitiva da África negra e da Oceania em sua obra.
Comparável ao trabalho dos existencialistas em literatura, a obra plástica de Giacometti percorreu a escultura, a pintura e mesmo a cenografia. Suas figuras estilizadas semelhavam estar "a meio caminho entre o nada e o ser".
Toda semelhança com objetos reais desapareceu da obra de Giacometti entre 1925 e 1929. Ele finalmente uniu-se aos surrealistas e idealizou as esculturas-objetos, entre as quais "Objeto desagradável", de 1932. Perturbado pela idéia segundo a qual o distanciamento da realidade tornava sua arte meramente decorativa, rompeu com o surrealismo e adotou, a partir de 1935, um estilo em que a figura humana, alongada e afilada, se reduz a formas essenciais.
A exemplo do que ocorrera na fase surrealista, quando escreveu versos, o escultor decidiu exercitar outro meio de expressão e, a partir de 1947, passou a dedicar-se também à pintura. Suas esculturas adquiriram maiores dimensões nessa época, ao longo da qual produziu trabalhos como "O homem pontual", "Mulher em pé", "Três homens andando" e "Quatro mulheres numa base". Conhecido pela simplicidade e integridade pessoal, Giacometti tornou-se em vida uma figura tão lendária quanto seus personagens sofridos, magros e solitários. Morreu em Chur, França, em 11 de janeiro de 1966.