Alexandre de Gusmão nasceu no ano de 1695 em Santos SP. Era irmão do
padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão, um dos pioneiros da aviação, e com
ele estudou no seminário de Belém da Cachoeira BA, fundado por seu
padrinho. Aos 15 anos seguiu para Coimbra e, doutorado em direito, foi
designado por D. João V para o serviço diplomático. Participou das
negociações para a paz com a França e, em seguida, como ministro
plenipotenciário em Roma, obteve a criação do patriarcado de Lisboa. Em
1720 foi sagrado cavaleiro da Ordem de Cristo e, em 1722, converteu-se
em fidalgo da casa real. Com a morte de D. João V, perdeu sua
ascendência na corte, mas continuou a acompanhar os negócios do Brasil
no Conselho Ultramarino.
Diplomata e estadista luso-brasileiro, Alexandre de Gusmão era filho de Francisco Lourenço Rodrigues, mas foi assim chamado em homenagem ao padre jesuíta homônimo, seu padrinho.
Um dos mais lúcidos e ousados espíritos de seu tempo, sempre criticou os erros de governo, a superstição e a ignorância. Entre suas cartas e exposições há textos que o situam entre os primeiros economistas de Portugal. Foi um dos responsáveis pelo Tratado de Madri (1750), que sancionou as conquistas territoriais dos bandeirantes paulistas e obteve o reconhecimento internacional das fronteiras do Brasil. Numa publicação do Ministério das Relações Exteriores do Brasil de 1950, o historiador português Jaime Cortesão assinalou que Gusmão traçou simultaneamente as fronteiras naturais do Brasil e da América espanhola e seus povos, pois "nas dobras do tratado de 1750 enrolava-se discretamente o anteprojeto de independência dos povos americanos." Alexandre de Gusmão morreu em 31 de dezembro de 1753 em Lisboa.