ALEXANDRE HERCULANO - ESCRITOR PORTUGUÊS

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Alexandre Herculano
Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo nasceu em Lisboa em 28 de março de 1810. De família modesta, estudou na Congregação do Oratório e fez curso de diplomática na torre do Tombo. Engajado em manifestações antiabsolutistas, foi perseguido e refugiou-se na Inglaterra e na França, onde se ocupou de pesquisas históricas. Em 1832 voltou a Portugal para formar ao lado dos liberais. À frente do semanário Panorama desde 1837, publicou estudos e a primeira versão de seus contos e romances. De novo na oposição, criticando o governo nos jornais, recolheu em viagem pelo país os Portugaliae monumenta historica (1856-1867; Monumentos históricos de Portugal), sob o patrocínio da Academia Real das Ciências de Lisboa. Desiludido com a política, rejeitou grandes cargos e honrarias, casou-se (1867) e foi morar no campo, como lavrador.

Personalidade das mais significativas da literatura e da história em Portugal no século XIX, Alexandre Herculano foi pioneiro do liberalismo romântico e de um catolicismo renovado.

Liberal e romântico em que a lucidez e a consciência moral estão sempre presentes e atuantes, Alexandre Herculano se mostra um apaixonado pela história de sua terra e pelos costumes de seu povo. Tais características dão autenticidade e elegância a sua ficção histórica e romântica: Eurico o presbítero (1844), O monge de Cister (1848), Lendas e narrativas (1851) e o incompleto O bobo (1878) são livros fundamentais da cultura portuguesa. Herculano foi, além disso, também um historiador rigoroso, preocupado com a veracidade dos dados, a confiabilidade das fontes e com a abordagem econômica e social dos fatos históricos. Sua História de Portugal (1846-1853), em quatro volumes, é um dos mais sérios trabalhos da historiografia européia de seu tempo e focaliza criticamente os primeiros séculos da Idade Média em seu país. Católico de consciência renovada, opôs argumentos científicos a algumas lendas religiosas em suas "Cartas sobre a história de Portugal", na Revista Universal Lisbonense (1842), e enfrentou a Igreja Católica também com Da origem e estabelecimento da Inquisição em Portugal (1854-1859).

Sentimentalmente católico, sobretudo em sua poesia, reunida em A voz do profeta (1836) e A harpa do crente (1838), Alexandre Herculano não aceitava nenhuma forma de absolutismo. Morreu em sua quinta de Val-de-Lobos em 13 de setembro de 1877.

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