Alfred de Musset
Louis-Charles-Alfred de Musset nasceu em 11 de dezembro de 1810, em
Paris. Antes dos vinte anos, publicou os poemas de Contes d'Espagne et
d'Italie (1830), que ainda mostravam influência de Victor Hugo e Charles
Nodier. Animado por Hugo, estreou em 1830 a comédia em um ato La Nuit
vénitienne (A noite veneziana), em que quis integrar suas tendências
clássicas e românticas. O fracasso inibiu-lhe a encenação de outras
peças, mas não a composição de pequenos dramas somente para leitura, que
ajudaram a amadurecer seu estilo.
Arrebatado e passional, Alfred de Musset encarnou, mais que qualquer outro escritor, a figura do poeta boêmio e romântico do século XIX.
Em 1833 Musset iniciou a acidentada ligação com a romancista George Sand, que lhe inspirou um drama shakespeariano, Lorenzaccio (1834), e a peça On ne badine pas avec l'amour (1834; Com o amor não se brinca).
A crítica, porém, preferiu a série de quatro poemas líricos Nuits (1835-1837; Noites), em que o poeta dialoga com sua musa; a Lettre à Lamartine (1836; Carta a Lamartine), em que afirma ser o amor a fonte principal da arte; e o famoso romance autobiográfico Confession d'un enfant du siècle (1836; Confissão de um filho do século), em que se refere pela primeira vez ao mal du siècle, estado de desencanto e vaga melancolia, típico do romantismo.
Dessa fase são as peças Les Caprices de Marianne (1833; Os caprichos de Mariana), Il ne faut jurer de rien (1836; Não se pode confiar em nada) e Un caprice (1837; Um capricho). A partir de 1837 a doença e os excessos lhe roubaram a força criadora, mas suas comédias, depois de 1847, foram encenadas pela Comédie Française, o que lhe valeu como consagração. Eleito em 1852 para a Academia Francesa, Musset morreu em Paris em 2 de maio de 1857.