Alfred de Vigny
Alfred-Victor, conde de Vigny, nasceu em Loches, departamento de
Indre-et-Loire, França, em 27 de março de 1797. De família nobre,
ingressou em 1814 na guarda real, da qual saiu em 1827, decepcionado com
a vida militar. Casado desde 1825 com Lydia Bunbury, de rica família
inglesa, manteve longa ligação com a atriz Marie Dorval. Desiludido do
amor e das possibilidades de influir na vida político-social, passou a
maior parte da vida recolhido em sua casa de campo em Maine-Giraud.
Equiparado a Lamartine, Victor Hugo e Alfred de Musset como uma das figuras de proa do romantismo francês, Vigny foi um pioneiro na expressão da revolta metafísica que, um século depois de sua morte, ainda atormentava o Ocidente.
Após suas primeiras tentativas literárias, Vigny lançou os Poèmes antiques et modernes (1826; Poemas antigos e modernos), livro que fez sucesso imediato e o tornou famoso. Simultaneamente publicou Cinq-Mars (1826), o primeiro romance histórico francês à maneira de Walter Scott. Entusiasmado por Shakespeare, traduziu Othello (1829), mas só teve sucesso no teatro com a peça Chatterton (1835), dramatização de uma das novelas do volume Stello (1832), que discutem, bem romanticamente, a desgraça do artista inadaptado na sociedade burguesa. Servitude et grandeur militaires (1835; Servidão e grandeza militar), de cunho autobiográfico, que se insurge contra o papel do soldado condenado a matar e à obediência passiva, tornou-se, por muitos anos, sua obra mais lida.
Retirado da vida literária parisiense, Vigny publicou na Revue des Deux Mondes os poemas longos, meio narrativos e meio filosóficos, que são sua maior contribuição ao romantismo francês: "La Mort du loup" (1843; "A morte do lobo"); "La Maison du berger" (1844; "A casa do pastor"); "Le Mont des oliviers" (1844; "A montanha das oliveiras") e "La Bouteille à la mer" (1854; "A garrafa no mar"). Esses poemas, imbuídos de profundo pessimismo, um pouco à maneira de Giacomo Leopardi, foram postumamente reunidos no volume Les Destinées (1864; Os destinos). Eleito para a Academia Francesa em 1845, após cinco tentativas frustradas, Alfred de Vigny morreu em Paris, em 17 de setembro de 1863.