Alonso Cano
Cano nasceu em Granada a 19 de março de 1601, onde foi iniciado nas
artes pelo pai, escultor de retábulos. Em 1614, transferiu-se para
Sevilha, dedicando-se à pintura no ateliê de Francisco Pacheco, onde se
tornou amigo de Velázquez, e ao aprendizado da escultura com Juan
Martínez Montañés. Em suas primeiras telas, como "São Francisco de
Borja" ou "São João Evangelista", observa-se um estilo de realismo
tenebrista que revela influência da obra juvenil de Velázquez. Como
escultor, manifestou desde o início personalidade própria, misturando
elementos barrocos e clássicos. A melhor obra desse período sevilhano
foi o monumental retábulo de Santa María de Lebrija.
O escultor, pintor e arquiteto espanhol Alonso Cano deixou uma obra caracterizada por um sereno estilo barroco, em contraste com sua vida tumultuada.
Devido a um duelo, teve de fugir em 1637 para Madri, sendo introduzido na corte de Filipe IV graças a Velázquez. Acusado de matar sua segunda mulher em 1644, foi preso e depois autorizado a transferir-se para Valência, ali permanecendo até o ano seguinte, quando retornou à capital. Dedicou-se então quase só à pintura, sendo dessa época o quadro "O milagre do poço", suave e elegante.
Assumiu um cargo eclesiástico na catedral de Granada em 1652, mas não interrompeu a carreira artística. Por entrar em conflito com os cônegos, foi expulso da catedral em 1656 e regressou a Madri, onde se ordenou. Novamente enviado a Granada, ali passou os últimos anos de vida. São dessa fase os desenhos para a fachada da catedral. Contudo, sua morte em Granada, em 3 de setembro de 1667, não lhe permitiu ver concluída essa grande obra.