Dámaso Alonso
Nascido em Madri em 22 de outubro de 1898, Alonso estudou direito,
filosofia e letras. Durante vários anos colaborou com Ramón Menéndez
Pidal no Centro de Estudos Históricos, da capital espanhola, até ser
nomeado catedrático de filologia românica da Universidade de Valencia.
Entre os intelectuais que permaneceram na Espanha após a guerra civil, Dámaso Alonso demonstrou singular empenho no esforço para impedir que a vida acadêmica do país se isolasse das grandes correntes internacionais.
Os poetas da geração de 27 tiveram em Dámaso um de seus principais incentivadores. Também foi ele o artífice da redescoberta de Góngora, com sua edição crítica de Soledades (1927; As solidões) e estudos como Temas gongorinos (1927; Temas do gongorismo) e La lengua poética de Góngora (1935; A língua poética de Góngora), que contribuíram para divulgar na Espanha as análises estilísticas da escola do alemão Karl Vossler.
Em 1968, deixou a cátedra de filologia na Universidade de Madri para substituir Menéndez Pidal na direção da Real Academia Española. Além da incessante atividade como professor convidado em universidades européias e americanas e da continuação de sua obra crítica __ com textos como La poesia de san Juan de la Cruz (1942; A poesia de são João da Cruz) e La novela cervantina (1969) __, Alonso exerceu grande influência na poesia espanhola do pós-guerra com o livro de poemas Hijos de la ira (1944; Filhos da ira), em que a indagação religiosa e metafísica mostra-se impregnada de profundo humanismo. A publicação posterior de Hombre y Dios (1954; Homem e Deus) e Gozos de la vista (1981; Gozos de visão), não fez mais que confirmar a estatura literária do escritor, também patente em sua prosa serena e clássica. Dámaso Alonso morreu em Madri em 24 de janeiro de 1990.