Émile Salomon Wilhelm Herzog, que utilizou o pseudônimo literário,
depois legalizado, de André Maurois, nasceu em Elbeuf, França, em 26 de
julho de 1885. Filho de uma família abastada, foi discípulo do filósofo
Alain (Émile Chartier). Durante a primeira guerra mundial, serviu como
oficial de ligação com o Exército britânico, e seu primeiro êxito
literário foi Les Silences du colonel Bramble (1918; Os silêncios do
coronel Bramble), bem-humorada visão do modo de vida britânico.
Dono de ampla cultura, André Maurois realizou, em seus romances e biografias, uma hábil síntese de esquema narrativo tradicional, análise psicológica e referências históricas.
Nos anos seguintes, Maurois desenvolveu amplo trabalho criativo, plasmado em romances que analisavam a moral burguesa -- Bernard Quesnay (1926), Climats (1928; Climas) -- e em notáveis biografias como Ariel (1923), sobre o poeta romântico britânico Percy Bysshe Shelley, e Byron (1930). Seu estilo elegante e ameno também é patente em Histoire de l'Angleterre (1937; História da Inglaterra).
Membro da Academia Francesa desde 1938, Maurois concentrou-se posteriormente na realização de uma série de ambiciosas biografias sobre escritores franceses, que eram, ao mesmo tempo, uma indagação sobre a personalidade dos autores e um retrato da época em que viveram. Exemplos notáveis foram À la recherche de Marcel Proust (1949; Em busca de Marcel Proust) e Prométhée (1965; Prometeu), sobre Honoré de Balzac. Sua obra se caracteriza muito mais pela divulgação inteligente que pela preocupação em criar. André Maurois morreu em Paris, em 9 de outubro de 1967.