André Rebouças
André Pinto Rebouças nasceu em Cachoeira (BA) em 13 de janeiro de 1838.
Era o primogênito de Antônio Pereira Rebouças, deputado que se orgulhava
de ser, no Parlamento, o representante da "população mulata" do
império. Em 1860 formou-se engenheiro e bacharel em ciências físicas e
matemáticas pela Escola Militar. Em 1861 e 1862 viveu na Europa, onde
fez cursos de especialização em portos e ferrovias. Mais tarde,
construiu as primeiras docas brasileiras, tanto no Rio de Janeiro,
quanto no Maranhão, na Paraíba, em Pernambuco e na Bahia. Seu irmão
Antônio, também engenheiro, colaborou com ele em vários de seus
trabalhos, mas morreu jovem.
Homem de idéias dos mais avançados de seu tempo, o engenheiro André Rebouças cunhou a expressão "democracia rural", numa antecipação do que hoje se denomina reforma agrária.
Negro, André Rebouças projetou-se como ideólogo da campanha abolicionista e teve suas idéias utilizadas no lançamento da Confederação Abolicionista. Rebouças entendia que, após a libertação dos escravos, haveria urgência de promover a reestruturação da sociedade brasileira, ou, como denominou, a triangulação brasileira. A divisão da terra era um dos objetivos desse planejamento. Publicou vários estudos sobre o tema e criou uma legislação sobre a educação dos escravos libertos e sua fixação nas terras.
André Rebouças foi ainda professor da Escola Central, depois Politécnica. Monarquista, não aceitou a república e, em 1889, decidiu acompanhar no exílio a família imperial. Após a morte do imperador, percorreu as possessões portuguesas na África, com a idéia de voltar às origens e obcecado por libertar o continente africano. Depois de seis anos na África, finalmente fixou residência na ilha da Madeira. André Rebouças morreu em 9 de maio de 1898, no Funchal. Seu corpo foi encontrado no mar, ao pé de uma escarpa.