Ciro Alegría
Ciro Alegría nasceu em 4 de novembro de 1909 em Saltimbanca, província
de Huamachuco, onde se familiarizou com a vida dos índios. Depois de
trabalhar como jornalista em Lima, entrou para a Aliança Popular
Revolucionária Americana (APRA), o que lhe acarretou várias prisões e
finalmente o exílio no Chile, em 1934. Ali escreveu La serpiente de oro
(1935; A serpente de ouro), inspirada na vida dos cholos (mestiços), e
Los perros hambrientos (1938; Os cães famintos), libelo contra as
condições da vida dos pastores dos Andes.
Revitalizador do romance indigenista do Peru, Alegría é considerado um dos maiores representantes da literatura hispano-americana.
El mundo es ancho y ajeno (1941; Grande e estranho é o mundo) valeu-lhe o Prêmio Latino-Americano de Romance e o tornou conhecido internacionalmente. Relato da agonia de uma comunidade indígena forçada a abandonar suas terras devido à pressão dos proprietários, a obra constitui um vasto painel da realidade peruana.
Tendo lecionado em universidades da América Latina e Estados Unidos, Ciro Alegría voltou para o Peru depois das eleições de 1956. Seu último romance, Duelo de caballeros (1963; Duelo de cavalheiros) não foi bem acolhido como os anteriores. Ciro Alegría morreu em Lima em 17 de fevereiro de 1967.