José Ferraz de Almeida Júnior nasceu em Itu (SP) em 1850. Após estudar com
Vítor Meireles e Le Chevrel na Academia Imperial das Belas-Artes, no
Rio de Janeiro, na qual ingressou em 1869, fixou-se por algum tempo em
São Paulo, onde fez certo sucesso com obras como "A ressurreição" e um
célebre "Cupido". Com uma pensão concedida por D. Pedro II, viajou para
a Europa em 1876, aperfeiçoando-se com Alexandre Cabanel, na Escola de
Belas-Artes de Paris.
Tipos comuns do interior de São Paulo, retratados não raro em seu humilde trabalho ou imersos na rotina dos costumes locais, deram a Almeida Júnior os temas mais freqüentes de sua fase madura.
Em 1882 realizou sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro e participou, com o quadro "Descanso do modelo", da Exposição Geral de Belas-Artes. Voltou a expor nessa mostra em 1884, com "O derrubador brasileiro", e em 1889, quando recebeu medalha de ouro.
A parte mais importante de sua produção, constante sobretudo de telas pintadas durante a década de 1890, quando fixou-se de vez na região onde nascera, está preservada hoje na Sala Almeida Júnior da Pinacoteca do Estado de São Paulo ("Caipira picando fumo", "Amolação interrompida", "Violeiro", "Leitura", entre outras). Há também obras suas no Museu Paulista ("Partida da monção"), no Museu de Arte de São Paulo ("Monge capuchinho", "Retrato de Belmiro") e no Museu Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro ("Descanso do modelo", "Caipiras negaceando", "Fuga para o Egito", "Recado difícil", "O remorso de Judas" e "O derrubador brasileiro").
Embora presa a uma técnica rigorosamente acadêmica, a obra de Almeida Júnior vale sobretudo pela temática genuinamente brasileira, como a do mestre Vítor Meireles e a de Pedro Américo. O pintor morreu assassinado por questões amorosas em Piracicaba SP em 1899.