Rafael Alberti nasceu em Puerto de Santa María, Cadiz, em 16 de dezembro
de 1902. Aos 15 anos se mudou para Madri e, após precoces estudos de
pintura, dedicou-se principalmente à poesia. Com seu primeiro livro de
poemas, Marinero en tierra (1925), conquistou o Prêmio Nacional de
literatura. Seguiram-se La amante (1926) e El alba del alhelí (1927; A
aurora do goivo). Seu intenso lirismo, nessa fase, procura reencontrar,
em torno de temas folclóricos, o ritmo antigo dos cancioneiros.
Vida e obras extensas e comprometidas a fundo com a Espanha, Rafael Alberti foi um dos principais representantes da geração de 27. Poeta de raízes clássicas, era ao mesmo tempo corajosamente inovador.
Em 1927 Alberti publicou Cal y canto, mas foi com Sobre los ángeles (1929) que se ligou à geração de 27, mostrando em imagens surrealistas a destruição do mundo. Em 1931 entrou para o Partido Comunista. Sua posição durante a guerra civil espanhola obrigou-o ao exílio na França, depois na Argentina, Uruguai e Itália, e lhe inspirou obras engajadas como De un momento a otro (1937). Redescobre mais tarde um toque clássico nos poemas de nostalgia da Espanha, e escreve prosa e teatro. Em 1977 voltou para seu país, ganhando em 1983 o Prêmio Miguel de Cervantes.