Vicente Aleixandre nasceu em Sevilha em 26 de abril de 1898. Sua
carreira literária começou em 1925, quando uma enfermidade o afastou do
trabalho de professor de direito mercantil, obrigando-o a retirar-se
para o campo, onde escreveu seu primeiro livro de poemas, Ámbito. Seu
estilo, inicialmente influenciado por Rubén Darío, se enriqueceu a
partir de 1927 com elementos do surrealismo, como se pode apreciar em
Espadas como labios (1932) e Pasión en la tierra (1935). Aleixandre
publicou em 1935 sua obra de maior substância, La destrucción o el amor,
agraciada com o Prêmio Nacional de Literatura da Espanha. Utilizando
com mestria o verso livre, expressa nessa obra um sentido panteísta do
universo e uma concepção romântica e exuberante do amor.
Membro destacado da geração de 27, Aleixandre foi uma das poucas figuras de relevo no panorama literário da Espanha logo depois da guerra civil.
A reflexão sobre a identificação do homem com a natureza, presente em Sombra del paraíso (1944), cedeu lugar, em obras posteriores, a uma preocupação por temas como o tempo, a morte, o conhecimento e a experiência vital do homem: Historia del corazón (1954), En un vasto dominio (1962), Poemas de la comunicación (1968) e Diálogos del conocimiento (1974).
A originalidade de sua "poesia pura" e sua peculiar concepção romântica do surrealismo valeram-lhe a admiração das novas gerações de poetas espanhóis como também o reconhecimento internacional, representado pelo Prêmio Nobel de literatura (1977). Membro da Real Academia Espanhola desde 1949, Vicente Aleixandre faleceu em Madri a 14 de dezembro de 1984.