ANTÔNIO JOSÉ DA SILVA - DRAMATURGO BRASILEIRO

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Antônio José da Silva
Antônio José da Silva, mais conhecido como o Judeu, nasceu no Rio de Janeiro (RJ) em 8 de maio de 1705. Era filho de cristãos-novos que, suspeitos de praticar a religião judaica, foram presos com os filhos por agentes do Santo Ofício, em 1713, e enviados para Lisboa. Somente a mãe do futuro teatrólogo foi então indiciada e torturada nos cárceres da Inquisição. Antônio José bacharelou-se na Universidade de Coimbra, apesar de ter tido o curso de direito interrompido por nova denúncia e prisão temporária, e estabeleceu-se como advogado em Lisboa.

Primeiro a adotar a prosa no teatro português, com um lirismo que alguns críticos consideram tipicamente brasileiro, Antônio José é conhecido sobretudo por Guerras de Alecrim e Manjerona (1737), sua melhor criação. Vista em conjunto, sua obra, que é do período rococó, revela influências do teatro de Molière, do teatro popular de fantoches e da ópera italiana, então em moda em Portugal.

Suas peças são as mais conhecidas da literatura portuguesa do século XVIII. Parodiando enredos mitológicos de óperas contemporâneas, podem ser consideradas operetas pela tendência parodística e o apoio da música. Com intenção quase exclusiva de provocar o riso, foram apresentadas no Teatro do Bairro Alto em Lisboa, de 1733 a 1738, nesta ordem: Vida do grande Dom Quixote de la Mancha e do gordo Sancho Pança (1733), Esopaida ou vida de Esopo (1734), Anfitrião (1736), O labirinto de Creta (1736), As variedades de Proteu (1737) e O precipício de Faetonte (1738). Autor dos mais originais, por seus jogos de palavras e pelo uso que fez do latim macarrônico, de plebeísmos e de termos indecorosos, Antônio José da Silva foi preso novamente em 1737. Dois anos mais tarde, em 19 de outubro de 1739, foi queimado em praça pública, em Lisboa. Sua vida e morte trágica foram tema da peça Antônio José ou O poeta e a Inquisição (1838), de Domingos Gonçalves de Magalhães.

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