Filho de operários, João Antônio Ferreira Filho nasceu em São Paulo (SP)
em 27 de janeiro de 1937. Desde criança conheceu de perto a vida da
cidade, que lhe daria temas freqüentes, e alargou sua experiência pelo
exercício das profissões mais diversas: foi caixeiro, auxiliar de
escritório, almoxarife. Tornou-se a seguir publicitário e jornalista. Em
O Pasquim lançou a expressão "imprensa nanica" (1975).
Voltado para temas do submundo e ligado à corrente de ficção urbana que deu obras como as de Lima Barreto, Antônio de Alcântara Machado e Marques Rebelo, João Antônio consagrou-se como contista desde seu primeiro livro, Malagueta, Perus e Bacanaço (1963).
Encarando a criação literária por um prisma análogo ao dos mestres modernistas, procurou aproximar o idioma escrito do falado e incorporou a seus textos muitos termos de gíria, ditos e expressões populares. Detentor de vários prêmios e traduzido em muitas línguas, manteve a reputação da estréia com os contos incluídos em volumes como Leão de chácara (1975), Malhação do Judas carioca (1975), Dedo-duro (1982) e Abraçado ao meu rancor (1986). João Antônio publicou também o ensaio Calvário e porres do pingente Afonso Henriques de Lima Barreto (1977) e a biografia Noel Rosa, poeta do povo (1982). Morreu no Rio de Janeiro RJ, em 9 de outubro de 1996.