Matias de Albuquerque
General do exército colonial português, Matias de Albuquerque nasceu
possivelmente em Olinda PE por volta de 1590. Ao ser guindado ao comando
do país, quis logo partir para a Bahia, mas, atendendo a conselhos,
permaneceu em Olinda, de onde enviou seguidos e expressivos reforços
para a luta contra a invasão no Recôncavo.
Governador de Pernambuco, como preposto de um irmão - o donatário Duarte de Albuquerque Coelho - Matias de Albuquerque tornou-se governador-geral do Brasil numa emergência. Quando da primeira invasão holandesa na Bahia (1624-1625), os oficiais da Câmara, reunidos no Espírito Santo, designaram-no para o cargo depois que os invasores prenderam o governador-geral anterior, Diogo de Mendonça Furtado.
Em fins de 1626, transmitiu o cargo de governador-geral a Diogo Luís de Oliveira. Nomeado visitador e fortificador das capitanias do norte, foi chamado a Lisboa, de lá voltando com novas tropas e armas para o governo de Pernambuco. Em fevereiro de 1630, uma armada holandesa de 56 navios chegou à vista da capitania. Expulso da capital pelos invasores, Matias de Albuquerque refugiou-se no arraial do Bom Jesus, entre Olinda e Recife, onde por mais de cinco anos montou um núcleo de resistência. Cercou-se, para a longa campanha, de senhores de engenho, escravos e índios partidários dos lusos, como Antônio Filipe Camarão.
Após uma série de investidas contra os holandeses acantonados no Recife, Matias de Albuquerque retirou-se para Alagoas, onde retomou Porto Calvo, além de prender e executar Calabar, guerrilheiro que se bandeara para o lado holandês. Depois de entregar ao duque de Ganja a chefia da resistência no Brasil, partiu mais uma vez, para Portugal. Em Lisboa, vítima de intrigas, foi processado e esteve preso até a restauração da monarquia (1640). Morreu em Lisboa em 1647.