Alessandro Farnese
Alessandro Farnese (em espanhol Alejandro Farnesio), duque de Parma e de
Piacenza, nasceu em Roma em 27 de agosto de 1545. Seus pais foram
Ottavio Farnese e Margarida de Áustria, filha natural do imperador
Carlos V. Educado na corte de Filipe II, em Alcalá de Henares, em 1571
lutou contra os turcos na batalha de Lepanto. Sete anos depois, ajudou a
sufocar a rebelião das forças holandesas na batalha de Gembloux.
Naquele mesmo ano, 1578, Filipe II nomeou-o governador-geral dos Países
Baixos. Foi uma escolha feliz. Farnese era de uma flexibilidade
intelectual que contrastava com o sectarismo e a intransigência dos
governadores anteriores. Era um grande soldado, com profundo
conhecimento da profissão das armas e homem de muito prestígio.
Governador-geral dos Países Baixos em nome de Filipe II da Espanha, Alessandro Farnese conseguiu manter o domínio espanhol ante o avanço dos protestantes graças a seus dotes de estrategista e diplomata.
Farnese buscou a reconciliação com os estados valões, de população predominantemente católica, e restaurou a paz nessas províncias meridionais pelo Tratado de Arras em 1579. Ao mesmo tempo, deu seqüência às operações militares contra as províncias protestantes do norte, coligadas na União de Utrecht. Farnese saiu vitorioso no cerco a Maastricht e tomou a cidade em 1579. Submeteu Ypres, Bruges, Gand e Bruxelas e, em 1585, conquistou Antuérpia. A consolidação de uma linha de defesa contra as Províncias Unidas fortaleceu a união dos Países Baixos católicos.
Filipe II constrangeu Farnese a participar de seu plano para a conquista da Inglaterra. Ordenou-lhe que retirasse suas tropas dos Países Baixos e as concentrasse no canal da Mancha, a fim de associá-las à Invencível Armada, sob o comando do duque de Medina-Sidônia. Esse encontro deixou de ocorrer, por falta de coordenação entre as diversas forças. O fracasso da iniciativa culminou com a derrota da Invencível Armada em 1588. Na Espanha, parte da responsabilidade pelo desastre foi atribuída a Farnese, cujo prestígio declinou. Em 1590, ele recebeu ordem de apoiar os católicos franceses adversários de Henrique IV de Bourbon e iniciou a invasão da França pelo norte. De volta a Flandres, foi ferido em combate e, em 3 de dezembro de 1592, morreu em Arras, França.